Inocentado pela Justiça, vítima de falso testemunho sobre estupro poderá pedir indenização
O homem de 36 anos que foi acusado de estuprar uma universitária no campus da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) luta agora para restabelecer a vida. A afirmação é das advogadas Cristina Conceição Oliveira Mota e Karoline Alves Crepaldi, que atuaram na defesa dele e conseguiram libertá-lo da cadeia na quarta-feira (11).
Em entrevista à 94 FM na tarde desta quinta-feira (12), Karoline informou que o homem passou 30 dias preso numa cela do 1º DP (Distrito Policial). Nesse perÃodo, recebeu ameaças de presos da PED (Penitenciária Estadual de Dourados), motivo pelo qual não foi transferido.
A advogada explica ainda que o cliente cumpria pena por um crime praticado em 2012, mas nesse caso, já estava no regime semiaberto e trabalhando, num claro processo de ressocialização que foi interrompido após a falsa acusação de estupro feita por uma jovem de 26 anos com quem havia mantido um relacionamento amoroso.
“Quando foi informada ao juiz a possÃvel prática de novo crime, ele voltou a ficar preso intramuros. Como foi preso em flagrante ele estava no 1º DP, até por causa do temor pela vida dele foi mantido no distrito, porque na Penitenciária havia riscoâ€, esclareceu.
No entanto, como as investigações encampadas pela Delegacia de Atendimento à Mulher comprovaram a mentira da suposta vÃtima e inocentaram o acusado, a defesa entrou com o pedido de liberdade que foi concedido pelo juiz Cezar de Souza Lima ontem.
“Agora ele pode se restabelecer de toda essa situação. Mas o trauma que causou essa situação nunca será tirado. Ficou 30 dias preso e sem trabalhar. Agora o Semiaberto terá que entrar em contato com a empresa em que ele trabalhava para saber se tem interesse em contrata-lo novamenteâ€, explica Karoline.
Além da luta para restabelecer a vida, o homem acusado injustamente poderá pedir indenização. “Tomaremos todas as medidas judiciais cabÃveis para reparação de todos os danos que ele sofreuâ€, garante Cristina, advogada que também atuou no caso. “Ele está instruÃdo e ele quer essas providênciasâ€.
As advogadas dizem que até a famÃlia dele sofreu ameaças após a falsa acusação de estupro. “Foram prejuÃzos infindáveis e incontáveisâ€, avalia Karoline, lembrando que o processo de ressocialização pelo qual ele passava foi interrompido durante 30 dias. “Sabemos que não tem indenização que consiga reverter ou reparar a situação dele. Essa estirpe de estuprador é horrÃvelâ€.
A partir de agora o homem volta ao Semiaberto. “É importante ressaltar a inocência dele nesse caso. Ele não pode ficar com essa imagem de estuprador, já que ficou provado não ter acontecido o crimeâ€, reforça Cristina. Como já noticiado pela 94 FM, as investigações do caso apontaram que a suposta vÃtima inventou o estupro e acusou o ex-namorado porque havia mantido relações sexuais com outro homem e teve vergonha de contar à famÃlia (relembre aqui).