Inocentado pela Justiça, vítima de falso testemunho sobre estupro poderá pedir indenização

Advogadas Karoline Alves Crepaldi e Cristina Conceição Oliveira Mota atuaram na defesa do homem que foi acusad... (André Bento)
Advogadas Karoline Alves Crepaldi e Cristina Conceição Oliveira Mota atuaram na defesa do homem que foi acusad... (André Bento)

O homem de 36 anos que foi acusado de estuprar uma universitária no campus da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) luta agora para restabelecer a vida. A afirmação é das advogadas Cristina Conceição Oliveira Mota e Karoline Alves Crepaldi, que atuaram na defesa dele e conseguiram libertá-lo da cadeia na quarta-feira (11).

Em entrevista à 94 FM na tarde desta quinta-feira (12), Karoline informou que o homem passou 30 dias preso numa cela do 1º DP (Distrito Policial). Nesse período, recebeu ameaças de presos da PED (Penitenciária Estadual de Dourados), motivo pelo qual não foi transferido.

A advogada explica ainda que o cliente cumpria pena por um crime praticado em 2012, mas nesse caso, já estava no regime semiaberto e trabalhando, num claro processo de ressocialização que foi interrompido após a falsa acusação de estupro feita por uma jovem de 26 anos com quem havia mantido um relacionamento amoroso.

“Quando foi informada ao juiz a possível prática de novo crime, ele voltou a ficar preso intramuros. Como foi preso em flagrante ele estava no 1º DP, até por causa do temor pela vida dele foi mantido no distrito, porque na Penitenciária havia risco”, esclareceu.

No entanto, como as investigações encampadas pela Delegacia de Atendimento à Mulher comprovaram a mentira da suposta vítima e inocentaram o acusado, a defesa entrou com o pedido de liberdade que foi concedido pelo juiz Cezar de Souza Lima ontem.

“Agora ele pode se restabelecer de toda essa situação. Mas o trauma que causou essa situação nunca será tirado. Ficou 30 dias preso e sem trabalhar. Agora o Semiaberto terá que entrar em contato com a empresa em que ele trabalhava para saber se tem interesse em contrata-lo novamente”, explica Karoline.

Além da luta para restabelecer a vida, o homem acusado injustamente poderá pedir indenização. “Tomaremos todas as medidas judiciais cabíveis para reparação de todos os danos que ele sofreu”, garante Cristina, advogada que também atuou no caso. “Ele está instruído e ele quer essas providências”.

As advogadas dizem que até a família dele sofreu ameaças após a falsa acusação de estupro. “Foram prejuízos infindáveis e incontáveis”, avalia Karoline, lembrando que o processo de ressocialização pelo qual ele passava foi interrompido durante 30 dias. “Sabemos que não tem indenização que consiga reverter ou reparar a situação dele. Essa estirpe de estuprador é horrível”.

A partir de agora o homem volta ao Semiaberto. “É importante ressaltar a inocência dele nesse caso. Ele não pode ficar com essa imagem de estuprador, já que ficou provado não ter acontecido o crime”, reforça Cristina. Como já noticiado pela 94 FM, as investigações do caso apontaram que a suposta vítima inventou o estupro e acusou o ex-namorado porque havia mantido relações sexuais com outro homem e teve vergonha de contar à família (relembre aqui).

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