Governo do Estado entrega cesta alimentar para comunidade quilombola em Dourados
A Subsecretaria de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, do Governo do Estado, realizou a entrega de cestas básicas para 141 famílias de comunidade remanescentes de quilombo em Dourados. A ação aconteceu na última quinta-feira (15) no Clube Seleta. A ação é fruto de parcerias entre o Governo do Estado, Secretaria de Assistência Social da Prefeitura, Fundação Cultural Palmares (FCP), Ministério da Cidadania, Defesa Civil e sociedade civil através Coletivo de Mulheres Negras de MS-coordenação região do Conesul.
A subsecretária de Políticas Públicas para a Promoção da Igualdade Racial, Ana José Alves, ressalta que a parceria do Governo do Estado com a Fundação Palmares, teve o objetivo de beneficiar essas famílias, que tiveram sua situação de vulnerabilidade social aprofundada com o advento da Covid-19.
“A insegurança alimentar é uma realidade que se agravou ainda mais durante a pandemia. Reconhecendo essa necessidade, o Governo do Estado e a Subsecretaria não mediram esforços para concretizar a ação”, explica.
Segundo ela, o momento é de agradecer as parcerias que proporcionam a garantia deste que é um direito. “A entrega das cestas de alimentos será realizada em duas etapas, contemplando 1.400 famílias moradoras das 22 comunidades tradicionais remanescentes de quilombos, localizadas nos municípios de Aquidauana; Bonito, Campo Grande; Corguinho; Corumbá; Dourados; Figueirão; Jaraguari; Maracaju; Nioaque; Pedro Gomes; Rio Brilhante; Rio Negro; Sonora e Terenos”, explica.
Segundo ela, a ação se torna ainda mais especial no “Julho das Pretas”, campanha apoiada pelo Governo do Estado que coloca em evidência o debate sobre as políticas públicas de enfrentamento ao racismo, preconceito, discriminação e sobre todas as formas de violação aos direitos Humanos, reafirmando as raízes, a cultura, a identidade negra, o protagonismo e a participação das mulheres negras nos espaços políticos.
O presidente da Associação Rural Quilombola Dezidério Felipe de Oliveira, Weimar Oliveira de Souza, disse que as cestas chegam em boa hora, tendo em vista que as famílias de comunidades remanescentes de quilombo, que residem tanto na área urbana como na rural, enfrentam graves dificuldades. “Na cidade muita gente perdeu o emprego e mal consegue arcar com as despesas do aluguel. Na área rural a produção foi duramente afetada durante a pandemia. Alguns, inclusive, não conseguiram o auxílio emergencial do Governo Federal”, destaca.
O ex-presidente da Associação, Gerson da Silva Areco, explica que o momento é muito crítico para muitas famílias e as cestas dão um alívio. “Por causa da pandemia eu tive redução da carga horária e minha esposa perdeu o emprego. A distribuição de alimentos ajuda muito”, conta.
A coordenadora executiva do Coletivo de Mulheres Negras de Mato Grosso do Sul, Lucimar de Souza Arguelho (Luhhara), acredita que a vulnerabilidade da mulher negra na pandemia foi maior em relação a outros perfis. “Muitas atuam em serviços braçais ou como domésticas e grande parte são chefes de família com uma renda baixa. Com a pandemia perderam o emprego. Fiscalizar e cobrar políticas assistenciais é uma das obrigações do Coletivo e foi o que fizemos. Ver esse direito hoje ser cumprido no Estado nos dá esperança de dias melhores”, esclarece.