Comércio amarga R$ 5 milhões devidos por 51% dos douradenses em atividade
Dados do SCPC mostram que mais da metade da população economicamente ativa da cidade está com o nome sujo
O comércio de Dourados amargou nos três primeiros meses deste ano R$ 5,1 milhões de contas não pagas por consumidores. Dados da Aced (Associação Comercial e Empresarial de Dourados) revelam que 51% dos douradenses economicamente ativos estão com o nome sujo, negativados no SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).
Com população estimada em 215.486 habitantes pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2016, a segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul tinha 69.756 pessoas ocupadas, ou seja, economicamente ativas, no mais recente levantamento.
De acordo com a Aced, 35.839 desses douradenses devem no comércio local. O número corresponde a pouco mais de 51% do total de pessoas ativas no mercado de trabalho. Elas acumulam 50.271 débitos, que somados atingem o montante de R$ 22.458.419,23.
A cifra corresponde ao que têm a receber somente lojas ligadas à Aced, que no primeiro trimestre de 2017 contabilizou 5.962 novas negativações no SCPC, correspondentes a dívidas de R$ 5.103.528,22. Em janeiro, foram R$ 1.782.117,94 em contas não pagas, valor que saltou para R$ 2.431.605,14 em fevereiro e caiu para R$ 889.805,11 em março.
No comparativo com igual período do ano passado, houve elevação do valor devido. Ao fim dos três primeiros meses de 2016, o SCPC tinha R$ 4.088.161,79 em débitos pendentes no comércio douradense, relativos a 6.729 negativações ocorridas naquela época. Em janeiro de 2016 as contas não pagas chegavam a R$ 1.345.090,69, valor que foi a R$ 1.461.329,18 em fevereiro e R$ 1.281.741,92 em março.
O cenário local é reflexo de algo que tem ocorrido em todo o país. Na terça-feira (11), conclusão do indicador do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) apontava para quase 40% dos brasileiros em fase adulta inseridos no grupo de consumidores inadimplentes somente no primeiro trimestre do ano. Ou seja, são 59,2 milhões de consumidores com contas em atraso e nome sujo.