Dunga diz "Vamos ajudar o Neymar a se tornar o melhor do mundo"

Em entrevista ao O Globo, treinador falou sobre assuntos polêmicos e de como a Seleção precisava ganhar confiança novamente

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Dunga diz

Dunga é o tipo de cara que fala o que pensa e por isso suas entrevistas sempre chamam atenção. Em conversa com O Globo, o reinador falou sobre como pegou a Seleção e de assuntos polêmicos como a não convocação de Paulo Henrique Ganso (São Paulo) e Marcelo (Real Madrid).

O treinador ressalta que era importante a “devolver a confiança” ao time e que para isso voltar a vencer era fundamental

“A prioridade era devolver a confiança aos jogadores, mostrar o quanto são bons. São seres humanos e enfrentaram uma série de críticas. Era importante ter uma base da Copa. E valorizar o coletivo. Naturalmente a seleção tem que ganhar. Depois da Copa, muito mais. Falei com eles que a gente tinha que ganhar e não podia tomar gol. Não escolhi adversários. Mas estes jogadores são competitivos. Não podem estar relaxados”, afirmou.

Sobre algumas situações vividas no passado, o comandante disse que em alguns casos não dá para ficar quieto.

“Mas sou humano. Não sou boneco. Sou o Dunga, com mil defeitos e virtudes. Não sou personagem para falar tudo com cuidado, resposta decorada. Vender imagem que não sou, não faço”.

Dunga quer dar todas as condições para Neymar brilhar com a camisa amarelinha  e diz que o jogador é um exemplo para os mais jovens.

“Ele é referência e precisamos de referência no futebol brasileiro, na seleção. Para os guris verem como passa, como joga, como se comporta. Ele é exemplo positivo. Vamos ajudar o Neymar a se tornar o melhor do mundo. E ele vai nos ajudar”.

Sobre Paulo Henrique Ganso, o ex-volante não quis individualizar na resposta e afirmou que todos os jogadores estão sendo analisado. Também afirmou que “a melhor coisa para fazer alguém crescer é não falar muito”

“Observamos todos os jogadores. De forma geral, hoje é muito difícil depender de um jogador só. Tem que ter participação coletiva. Pode até jogar só com a bola. Desde que em dez jogos, ele decida oito. Aí você vai fazer um sistema para adaptar […] A melhor coisa para fazer alguém crescer é não falar muito. Nós falamos muito. Sempre nos lembramos de jogadores que não estão na seleção. Temos a mania de falar se o Joãozinho entrar em forma, se jogar o que pode, se treinar… É muito se. O cara começa a pensar: sou o melhor do mundo, incompreendido. Entra na cabeça do jogador que é ele e mais dez: ‘agora eu vou treinar’’’.

Em relação à Marcelo, Dunga foi enfático: “tem que ser eficiente”.

“Não é isso. Se for super ofensivo, vou dar um jeito de proteger. Mas tem que ser “killer” no ataque. Se você perguntar: quantas vezes foi ao ataque? Vinte. Quantos gols fez ou quantos passes de gol? Nenhum. Quantas bolas tomamos nas costas? Três ou quatro. Não precisa ser gênio… Não é que não goste de quem ataque. Você precisa de gol para ganhar. Não é questão do Marcelo, é de todos. Tem que ser eficiente”, disse.

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