Saúde notifica caso suspeito de 'Fungo Negro' em Dourados

  • Redação 94 FM
Saúde notifica caso suspeito de 'Fungo Negro' em Dourados

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) informa que recebeu notificação de provável caso de mucormicose, também conhecido como 'Fungo Negro', em paciente detectado para Covid-19 em Dourados. Essa é a terceira notificação de caso suspeito esse ano no solo sul-mato-grossense.

O Cievs (Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde) foi notificado em 16 de agosto pelo município sobre o paciente, de 31 anos, sem comorbidades. Ele está internado em leito clinico e recebendo tratamento Anfotericina B. Foi colhida amostra em 19 de agosto e encaminhado ao Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul).

Mato Grosso do Sul teve um caso confirmado de mucormicose em paciente de Covid-19 este ano, no dia 31 de maio sobre um idoso, de 71 anos, que morava na Capital e com comorbidades. Ele faleceu em 2 junho, e a confirmação pelo fungo se deu em 29 de julho.

O segundo caso suspeito foi notificado em 2 de junho em Corumbá no paciente de 50 anos. Ele recebeu alta hospitalar no dia 19 de julho e permanece em reabilitação no domicílio. Em 30 de julho o caso foi descartado para Mucormicose, resultado da cultura negativo.

A doença

O termo mucormicose é usado para se referir a toda infecção fúngica causada por fungo da classe Zygomycetes e ordem Mucorales. As pessoas contraem mucormicose entrando em contato com os esporos fúngicos no ambiente. Por exemplo, as formas pulmonares ou sinusais da infecção podem ocorrer depois que alguém respira em esporos.

Essas formas de mucormicose geralmente ocorrem em pessoas que têm comorbidades ou utilizam medicamentos que diminuem a capacidade do corpo de combater algumas doenças.

A progressão da doença leva a uma sequência de sintomas que se iniciam com dor orbital unilateral ou facial súbita, podendo conter obstrução nasal e secreção nasal necrótica. Há a possibilidade de ocorrer lesão lítica escura na mucosa nasal ou dorso do nariz, celulite orbitária e facial, febre, ptose palpebral, amaurose, oftalmoplegia, anestesia de córnea, evoluindo em coma e óbito.

O tratamento envolve remover cirurgicamente todos os tecidos mortos e infectados. Em alguns pacientes, isso pode resultar em perda da mandíbula superior ou às vezes até mesmo do olho. A cura também pode envolver de 4 a 6 semanas de terapia antifúngica intravenosa. Como afeta várias partes do corpo, o tratamento requer uma equipe de microbiologistas, especialistas em medicina interna, neurologistas intensivistas, oftalmologistas, dentistas, cirurgiões e outros.


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