Conselho de Saúde pede investigação por morte de jovem que ‘sumiu’ da UPA
A morte de Wesley Alves da Silva, que sofreu um acidente de moto no dia 13 deste mês em Dourados, deve ser investigada através de uma sindicância pela Secretaria Municipal de Saúde. A família do jovem, que tinha 19 anos, acusa o médico que o atendeu na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de tê-lo liberado sem o devido cuidado. Já o diretor técnico médico da unidade diz que a vítima “sumiu” sem ter tido alta.
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Através da Resolução nº 001/2016, publicada na edição desta quinta-feira (25) do Diário Oficial do Município, o Conselho Municipal de Saúde tornou público que aprovou “a abertura de Sindicância a ser providenciada pela Secretaria Municipal de Saúde e/ou Unidade de Pronto Atendimento sob responsabilidade da Fundação Municipal de Saúde (FUNSAUD), obedecidas as formalidades de estilo”.
O objetivo é esclarecer o que de fato ocorreu naquele dia 13 de fevereiro. O caso tem gerado polêmica. No dia 15, Eder Wueslei Boliva, irmão de Wesley, afirmou à 94 FM que o jovem foi liberado da UPA sem receber medicação, vomitando sangue, com graves ferimentos e alucinações.
Vítima de um acidente de trânsito no qual pilotava uma motocicleta, o jovem teria sido deixado em um banco da UPA quando um familiar decidiu leva-lo até a casa de uma tia. Na residência, com alucinações, a perna sangrando e vomitando sangue, Wesley queixava-se de fortes dores e sentia muita sede.
Ainda conforme o relato da família, diante do estado de Wesley, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado para leva-lo ao Hospital da Vida, onde ele foi para a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo). Isso só ocorreu após às 20h, embora o primeiro atendimento, prestado na UPA, tenha ocorrido às 13h50.
Wesley faleceu às 5h de 14 de fevereiro. No dia seguinte, 15, a Prefeitura de Dourados divulgou uma nota, assinada pelo Diretor Técnico Médico da UPA, Antônio Flávio Bichofe, para esclarecer o caso. No documento, o médico negou que Wesley tenha recebido alta e informou que o jovem não foi encontrado pelo médico plantonista para uma segunda avaliação depois de ter recebido o primeiro atendimento e encaminhado para a sala de observação.
Mais uma vez a família rebateu. Durante protesto realizado na frente da UPA no dia 16, apresentou uma receita médica para sustentar que a vítima havia sido liberada. A UPA, por sua vez, destacou que isso não significa que houve liberação médica, reiterando a informação de que o jovem não foi encontrado e tampouco atendeu a chamado nominal na sala de observação.
Sindicância
Agora a sindicância aprovada pelo Plenário do Conselho Municipal de Saúde já no dia 17 de fevereiro poderá esclarecer o caso. Assinada pela presidente Berenice de Oliveira Machado Souza, a resolução também tem a assinatura do secretário municipal de Saúde, Sebastião Nogueira Faria.