Câmeras de vigilância da UFGD não registraram estupro e suspeito é solto

Estupro teria sido cometido na Cidade Universitária, dentro da biblioteca da UFGD (Divulgação)
Estupro teria sido cometido na Cidade Universitária, dentro da biblioteca da UFGD (Divulgação)

O homem de 36 anos apontado como autor do estupro a uma acadêmica da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) foi solto na quarta-feira (6). A Justiça entendeu que não há provas suficientes para comprovar a acusação de que ele teria cometido crime. A denúncia indica que a violência sexual ocorreu na biblioteca da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) durante a manhã de segunda-feira (4).

Apontado pela vítima como autor do crime, o homem foi preso pela PM (Polícia Militar) na tarde de segunda-feira. A jovem foi à Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) acompanhada dos pais e o denunciou.

A delegada Paula Ribeiro dos Santos Orue autuou o suspeito em flagrante. Em seguida o encaminhou para o 1º DP (Distrito Policial), além de representar pela conversão da prisão em flagrante por preventiva, o que deixaria o homem mais tempo preso.

No entanto, durante audiência realizada ontem na 1ª Vara Criminal de Dourados, o juiz Rubens Witzel Filho determinou que o suspeito fosse solto. Isso porque considerou não haver provas suficientes para incriminá-lo.

A vítima, uma jovem de 25 anos, é a única pessoa que aponta o responsável pelo estupro. Nenhuma das demais testemunhas afirmou ter visto o suspeito na Cidade Universitária. Além disso, os investigadores da Polícia Civil não encontraram indícios do crime na análise das imagens gravadas pelas câmeras de vigilância cedias pela UFGD.

O material genético que poderia comprovar o autor da violência sexual teria sido comprometido, já que a vítima tomou banho e lavou as roupas em seguida, ao chegar em casa. Embora tenha um laudo que ateste retardo mental moderado, a jovem teve o depoimento levado em consideração pelas autoridades, já que não possui qualquer interdição judicial.

Para a polícia, a vítima informou ter sido abordada na Cidade Universitária pelo suspeito, que estaria armado com duas facas. Sob ameaças, ela teria sido obrigada a acompanha-lo até o banheiro da biblioteca, onde o crime teria sido cometido entre 8h e 9h30.

Um exame médico entregue pela família da vítima comprovaria a violência sexual, contudo sem apontar autor. O suspeito disse à polícia que conhece a jovem, com quem teria mantido um relacionamento em 2014, interrompido por pressão da família dela, que era contra.

Advertências

Apesar de ter sido solto, o suspeito foi advertido pelo magistrado de que deverá comparecer perante a autoridade processante, todas as vezes que for intimado, sob pena de revogação do benefício. Ele também não poderá mudar de residência, ou ausentar-se da Comarca por mais de oito dias, sem prévia autorização do Juízo.

Também por determinação judicial, o homem está proibido de se aproximar da vítima, devendo permanecer a 50 metros de distância dela e de seus familiares, além de permanecer recolhido em domicílio durante o período noturno, finais de semana e nos dias de folga do trabalho. “Em caso de descumprimento das condições acima, será imediatamente decretada a prisão preventiva”, pontou o juiz.

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