Bebês que morreram há 30 anos 'se casam' na Índia para 'abençoar famílias'
Chadappa e Shobha se casaram na Índia. Mas há um detalhe que torna a cerimônia bem diferente das outras: os noivos estavam mortos.
Na verdade, Chadappa e Shobha faleceram há quase 30 anos. Suas vidas chegaram a um fim abrupto quando eram apenas bebês.
Apesar de não "estarem presentes", ao menos fisicamente, o dia do casal indiano seguiu o mesmo ritual de casamento hindu de sete etapas que muitas noivas e noivos passam, conhecido como Saptapadi.
O casamento foi realizado por membros das duas famílias. A modalidade se chama Pretha Kalyanam (casamento dos mortos), que é mais comum nos estados indianos de Karnataka e Kerala. Duas cadeiras cobertas por um lençol branco representaram os noivos.
O casamento é realizado entre noivas e noivos que morreram quando bebês ou jovens com menos de 18 anos, muitas vezes para afastar a má sorte trazida às famílias enlutadas se seus filhos e filhas falecidos não se casarem no além.
"Vamos casar nosso filho mais velho em breve, mas, antes disso, queríamos que nossa filha falecida se casasse para que ela fosse feliz e abençoasse a família daqui para frente", disse Jayanthi Kulal, o pai da noiva, à "VICE World News".
Casamentos para os mortos também acontecem na China, no Japão, no Sudão do Sul e até na França. A prática é muito diferente em cada região.
Na Índia, a prática reunindo menores mortos entrou em declínio por causa da melhora na expectativa de vida e da redução da mortalidade neonatal.