Vítima de fofoca, Zeca Camargo sai em defesa de Adnet

Marcelo Adnet não teve, em público, a solidariedade dos colegas de TV. Após a publicação das fotos que o mostraram beijando uma loira, e da manifestação do humorista no Twitter, admitindo ter traído a mulher, a também comediante Dani Calabresa, nenhum peso-pesado da comunicação saiu em defesa dele ou protestou contra a invasão de privacidade.
Coube a Zeca Camargo analisar o fato, dando ênfase ao massacre moral imposto a Adnet por blogs e nas redes sociais. Em texto postado nesta segunda-feira (10) no portal G1, da Globo, o apresentador do Vídeo Show se manifestou contra a “banalização de um desfortúnio pessoal”.
Irônico, Zeca criticou especialmente o sadismo presente na disseminação da ‘notícia’ e o levante moralista, com o julgamento virtual (e a consequente condenação) de Adnet: “Os “dedos na cara” agora vêm embebidos em veneno, e a intenção nunca é elevar o patamar da discussão, mas afundar mais e mais na baixaria”.
Ao ler o texto, e identificar certa amargura nas entrelinhas, é impossível não associá-lo à onda de boatos que vitimou o próprio Zeca Camargo, envolvendo ainda o ex-jogador Raí. Ao desprezar a cultura da maledicência digital, tão incontrolável quando nociva, o jornalista parece expurgar mágoa e revolta, dor pessoal e consciência pública.
A exposição da intimidade de Adnet e Calabresa, até então vistos como ‘casal perfeito’ (conceito que a mídia adora adular e destruir), ressaltou uma velha constatação: todo mundo gosta de falar mal de todo mundo. Ainda mais quando se trata da desconstrução de um artista. Figuras públicas são amadas e odiadas na mesma intensidade.
O mesmo dedo que aperta o botão do celular para fazer uma selfie com o ‘ídolo’, é aquele que toca o teclado para escrever um comentário corrosivo na internet, transformando o mesmo artista (ou famoso de ocasião) em um humano vulnerável como qualquer outro.