Médico suspeita que 1º caso de chinkungunya foi contraído em MS

O médico infectologista Maurício Pompílio, responsável por fazer o acompanhamento do paciente infectado com o vírus da Febre Chikungunya, na Capital, confirmou que a doença foi contraída em Mato Grosso do Sul, e não fora do Estado. No total, houve quatro casos suspeitos. Na tarde de hoje, médicos e funcionários do HU (Hospital Universitário), além de acadêmicos de medicina, participaram de uma palestra com o intuito de obter informações sobre o diagnostico da doença.
Inicialmente foi cogitada a hipótese do homem ter sido infectado durante viagem para fora do Estado. Porém, segundo o médico, devido ao período “recente” de manifestação da doença, a possibilidade dele ter contraído a doença em outro Estado foi descartada.
Segundo ele, o homem teria feito viagens para o Estado de São Paulo, onde há registros de 17 casos (importados), porém, todas em um período maior do que 30 dias. Conforme Maurício, a doença se manifesta em até 15 dias, o que significa que ele contraiu a doença dentro do Estado.
Conforme o médico, após retornar para Mato Grosso do Sul, o homem teria feito algumas viagens para o interior. O que gera uma dúvida se ele foi infectado em Campo Grande, onde mora, ou durante estadia no interior.
“Ele chegou em Mato Grosso do Sul e dias depois foi para o interior. Então não sabemos se ele foi infectado aqui em Campo Grande ou na cidade que ele estava”, comentou.
Segundo o médico, o homem ficou em observação por cerca de cinco dias, e após ser liberado para receber tratamento em casa, na sexta-feira (17), ele já retornou duas vezes à clinica onde estava internado para fazer exames complementares.
Conforme o infectologista, o paciente não está mais com febre e nem com manchas no corpo, porém ele ainda está sentindo dores nas articulações, sintoma caracterismo que difere a Febre chikungunya da dengue.
Segundo ele, o paciente ainda não conseguiu retornar as atividades do dia-dia, e permanecerá em repouso até que seu quadro esteja completamente estabilizado.
A doença - A Febre Chikungunya causa febre alta, dor muscular e nas articulações, cefaleia e exantema. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, a letalidade é rara e menos frequente que nos casos de dengue. O tratamento é feito para combater os sintomas, com analgésico (paracetamol), hidratação adequada e repouso.
A medida básica de prevenção é o combate aos mosquitos transmissores. As mesmas ações que evitam a dengue são capazes de prevenir também a Chikungunya.
A chikungunya assusta porque apresenta os mesmos sintomas da dengue - febre de 39º, dores musculares, dor de cabeça e vômitos. No entanto, ao contrário da primeira, que o sul-mato-grossense está acostumado, os sintomas podem persistir por mais de um ano. A dengue só se manifesta por, no máximo, algumas semanas.
Proximidade - A Febre Chikungunya já chegou a quatro estados com divisa com Mato Grosso do Sul, onde soma 21 casos, conforme balanço divulgado, na quarta-feira (15), pelo Ministério da Saúde. No país, já são 337 registros, 258 a mais que o último levantamento, realizado em 27 de setembro.
Entre os vizinhos de Mato Grosso do Sul, São Paulo lidera o ranking, com 17 casos de importados de pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa. No Paraná, são duas notificações e uma, em Goiás.
Dos quatro estados vizinhos, só em Minas Gerais a febre atingiu uma pessoa sem registro de viagem internacional para países onde ocorre a transmissão.
Em Mato Grosso do Sul, segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), dois casos suspeitos foram descartados, após exame laboratorial.