Da pequena empresa ao território, todos precisam investir em inovação

  • Redação 94 FM
Da pequena empresa ao território, todos precisam investir em inovação

Com a pandemia de Covid-19, ficou latente a necessidade de os pequenos negócios inovarem, para sobreviver aos impactos econômicos e sociais. Contudo, para além disso, investir em inovação, seja em nível de Estado ou iniciativa privada, é o que garantirá a competitividade de um território em um alcance até mesmo global.  O quadro Entrevista do Mês da Agência Sebrae de Notícias conversou em novembro com o diretor de Operações do Sebrae/MS, Tito Estanqueiro, sobre o atual momento do ecossistema de inovação de Mato Grosso do Sul. Ele acredita que hoje, os diferentes atores estão conscientes do seu papel, e reflete sobre a adoção da inovação de forma mais ampla, perpassando todas as ações voltadas para o desenvolvimento do Estado.

Como o senhor avalia o ecossistema de inovação em Mato Grosso do Sul?   

 O ecossistema de inovação em Mato Grosso do Sul está sendo desenhado por diversos atores, tendo o Sebrae como agente indutor. Em 2020, iniciamos o mapeamento do ecossistema na região de Dourados e municípios vizinhos, e neste ano na região central do Estado, onde fica Campo Grande. Temos a intenção de transbordar o mapeamento para outros municípios, de forma a identificar os diversos atores que estão no território, que com o seu know-how, podem contribuir no fortalecimento do ecossistema estadual que convirja com a estratégia de desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. A inovação é uma alavanca do desenvolvimento para qualquer organização e converge para o desenvolvimento do Estado e por consequência para o País. Estamos no caminho para uma atuação mais sinérgica e integrada das instituições.   

Qual o papel dos diversos atores na promoção da inovação em MS?   

O Sebrae estimula o pensar coletivamente de instituições como a Fundect, Senai, as Universidades, Institutos Federais, entre outras, que contribuem para a inovação. O propósito é o Sebrae ser o hub de integração dos diferentes papéis de cada instituição, de modo que cada uma, com o seu know-how, contribua para fortalecer o ecossistema e simultaneamente, induza as empresas a buscarem a inovação, quer seja através do Sebraetec, que permite aos pequenos negócios superarem dificuldades tecnológicas dos seus processos produtivos ou até mesmo dos diferentes editais de inovação que são lançados no mercado. Por que é importante pensar em editais para as Micro e Pequenas Empresas? Porque elas têm a possibilidade de captar recurso, a custo zero, que vai possibilitar o desenvolvimento de uma solução inovadora para o mercado, por exemplo.   

O Sebrae iniciou há cinco anos o Living Lab MS, um laboratório de inovação para apoiar o surgimento de negócios inovadores. Quais são as ações de destaque para a comunidade? 

  O Living Lab faz esse papel de hub. Ele apoia novas ideias de desenvolvimento de negócios. Temos uma rede de mentores, propiciando aos interessados um acompanhamento, para que a ideia possa ser prototipada, e virando um negócio escalável. Além disso, também fazemos o que chamamos de ponte, ao conectarmos alguém que está com alguma dificuldade para quem pode contribuir com soluções. Paralelamente a isso, hoje, o laboratório acabou de ser transformado também no Lab Maker. Quem pensa em novos projetos, pode desenvolver a questão do protótipo dentro deste espaço. O Living Lab é mais um ator que está no território que vai ajudar a desenvolver a inovação, também por meio de eventos, como fizemos recentemente com o encontro Climathon, que trouxe soluções de negócios para as necessidades daquelas comunidades que estão no território do Pantanal. Nas diferentes vertentes, o Living Lab vai contribuindo não apenas para a inovação, mas para o surgimento e desenvolvimento de novos conceitos de negócios, que são fundamentais.   

Quais são os impactos para o ambiente de negócios, quando temos incentivo a ações de inovação?   

Quando a gente fala em investimento em inovação, não é apenas para inovar em algo de forma isolada, mas para que possamos dar um salto, de maneira que gere novas oportunidades de mercado, de investimento, trabalho. É algo muito amplo, o impacto é grande para os pequenos negócios, desde que você tenha essa vertente ampliada. Dá para, a partir de uma matéria prima, por exemplo, pensar em novos negócios. Essa é a grande sacada.   Precisamos pensar, por exemplo, em que novos elos da indústria poderemos agregar para o desenvolvimento do Estado. Só existe desenvolvimento a partir da inovação, seja em uma pequena empresa, média ou grande. E a inovação, quando se pensa em termos de Estado, todos esses atores contribuindo, ela tem que ter um norte. Porque a gente precisa definir um setor estratégico, ou dois ou três, caso não, quando não há foco, você perde o potencial de alcançar o resultado.     Hoje, cada um dos atores que está no território está cada vez mais consciente desse papel. Ainda temos alguns obstáculos no fortalecimento desse ecossistema, por exemplo, talvez estivesse na hora de definirmos a implantação de um parque tecnológico. Temos que adensar o levantamento desse ecossistema, fazer estudos, para ver qual o campo que podemos concentrar esforços. Precisamos ver para onde está indo o desenvolvimento no Estado, para saber o que iremos convergir, enquanto instituições. Para você ter a consolidação desse ecossistema, é fundamental que tenhamos esse arranjo institucional buscando um objetivo em comum. 


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