Cacau em alta na bolsa de Nova York não atinge produtor brasileiro

Indústrias nacionais estão abastecidas, o que promove um deságio em relação ao preço internacional

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Cacau em alta na bolsa de Nova York não atinge produtor brasileiro

As cotações internacionais do cacau estão vivendo um período de ascensão, mas isso não está beneficiando o produtor brasileiro

A baga já passou por cinco sessões consecutivas de alta na bolsa de Nova York, com a tonelada atingindo US$ 2.990 na última sexta-feira, dia 19, e flutuando em torno de US$ 2.985 nesta segunda, dia 22. Internamente, porém, as poucas negociações têm ficado entre R$ 108 e R$ 110 a arroba – o que corresponde a um deságio de cerca de US$ 130 por tonelada em relação ao preço internacional.

O que ocorre, de acordo com o analista do Mercado do Cacau Adilson Reis, é que produtor brasileiro fica à mercê das indústrias nacionais do setor, tanto as que fazem o produto básico quanto as chocolateiras, que estão na ponta final do processo.

– Elas estão supridas no momento, e pagando um pequeno deságio nos preços – afirma Reis, lembrando que o cacau não é uma cultura de alta lucratividade, sobretudo para quem produz em pequenas escala.

No longo prazo, porém, o analista de mercado vê boas perspectivas para o segmento. Segundo ele, há fundamentos que apontam para a elevação do consumo no Brasil, que hoje varia entre 3 e 4 kg por habitante por ano. Isso pode se reverter em alta no país, beneficiando o produtor nacional.

Reis afirma que, neste mês de dezembro, tem chovido bastante na região cacaueira da Bahia.

– Há cinco anos não se via tanta chuva assim, mas neste momento ela é bem-vinda, pois pega a cultura na pré-floração – diz ele. Nos últimos dois anos, as chuvas vieram em outra época do ciclo, estimulando o aparecimento de fungos, como o causador da vassoura-de-bruxa.

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