Ana Paula Padrão não quer ser uma nova Fátima Bernardes

Quando Ana Paula Padrão decidiu antecipar o fim de seu contrato com a Record, e anunciou a decisão de não ocupar novamente uma bancada de telejornal, eclodiram especulações.
Comentou-se que ela seguiria o caminho de Fátima Bernardes e se tornaria apresentadora de programa feminino ou algo do gênero.
Essa transição do telejornalismo para o entretenimento parece sedutora. Tanto é que Patrícia Poeta acaba de fazer a mesma opção após três anos no Jornal Nacional.
Quando o MasterChef estreou na Band, em setembro, Ana Paula Padrão mostrou-se à vontade em um papel descontraído e com a possibilidade de exibir mais de sua personalidade, livre das amarras da atividade de âncora.
Mas ela acaba de indicar que não pretende abandonar o jornalismo. Na quinta-feira (4), às 22h30, surgirá na tela da Band fazendo o seu melhor: reportagem.
Ana Paula circulou por cidades da Guiné, na África, para revelar o horror da epidemia de ebola. Comentou com a equipe ter sido a matéria mais triste que já fez em quase 30 anos de carreira.
Mesmo com a opção de trabalhar apenas com o entretenimento, no ambiente agradável de um estúdio de TV e abordando temas amenos, ela preferiu colocar o pé na estrada e ir a um lugar que representa miséria, dor e morte.
Essa versatilidade de estilo — do comando de um reality show gastronômico a uma reportagem em um dos lugares mais temidos do planeta — é incomum entre os jornalistas da TV brasileira.
Ana Paula Padrão pode ter se cansado da função monocórdica de ler notícias nos telejornais, mas o jornalismo continua a correr em suas veias.