Americanos que usaram barriga de aluguel em Kiev buscam hospital com abrigo antibomba
Um casal cujos gêmeos nasceram prematuramente em Kiev (Ucrânia) por meio de barriga de aluguel na última sexta-feira (25/2), um dia após a invasão do país pelas forças da Rússia, está procurando desesperadamente ajuda e uma maneira de resgatá-los da maternidade e protegê-los.
Irma Nuñez, de 48 anos, e Sasha Spektor, de 46, tiveram os filhos dois meses antes do previsto, com 32 semanas e meia, na maternidade Adonis, após uma gravidez "complicada". Lenny e Moishe Spektor, pesando 4 quilos cada, enfrentam complicações de saúde, incluindo problemas para respirar, e a guerra fora do hospital ameaça a segurança dos frágeis bebês.
Os pais americanos, oriundos da Geórgia (EUA), estão procurando um hospital com um abrigo antiaéreo subterrâneo. Eles também estão procurando uma maneira de tirar seus filhos e a mulher que gerou os bebês da Ucrânia quando for seguro fazê-lo.
"O fato de serem prematuros joga contra nós", disse o pai à NBC. "Então há um conflito. Precisamos tirá-los daqui", acrescentou ele, que chegou até a buscar ajuda do presidente Joe Biden.
Se não conseguir tirar a família da Ucrânia, Sasha diz esperar ao menos levá-la a Lviv, na região mais a oeste do país invadido.
"Eles vieram ao mundo dois meses antes, no fim de uma gravidez complicada e no início de uma guerra", escreveu um amigo dos pais em uma página do GoFundMe criada no fim de semana. A página já arrecadou o equivalente a R$ 362 mil em doações.
A provedora de barriga de aluguel Adonis Fertility International diz que quase 100 clientes nos EUA e Canadá estão sentindo os efeitos do conflito na Ucrânia, com mulheres contratadas ainda para dar à luz e alguns pais presos no país com seus filhos recém-nascidos. Nas últimas décadas, a Ucrânia se tornou um importante destino internacional para a geração de bebês por barriga de aluguel. A prática, chamada gestação de substituição com fins lucrativos, é regulamentada por lei e os custos não são considerados tão altos.