Advogado defende o respeito mútuo e a informação para o combate contra homofobia
O advogado Júlio Valcanaia, presidente da Comissão da Diversidade Sexual da OAB/MS e vice-presidente do Conselho Estadual da Diversidade Sexual (CEDS) , esteve em Dourados a convite da Secretaria de Assistência Social para orientar sobre questões que abordam a diversidade sexual, entre elas a homofobia. As palestras fazem parte da campanha Dourados sem homofobia. O evento aconteceu no Cras (Centro de Referência de Assistência Social) do Jardim Água Boa.
Na última sexta feira (19), o público alvo da campanha foram policias militares, civis e autoridades, que receberam explicações sobre legislações e forma correta de abordagem e preparação para o atendimento. Para Júlio Valcanaia, a campanha tem um aspecto positivo na conscientização da população sobre este assunto ainda polêmico. “Este é um tema de extrema relevância, onde a incidência de violência contra a população LGBT tem se acentuado na sociedade, não só violência física, mas a violência moral, intrafamiliar e psicológica”, explicou.
Segundo Valcanaia, o que justifica as agressões sofridas pela comunidade LGBT é caracterizado pela ignorância. O desconhecimento sobre determinado assunto é o que faz as pessoas criticarem. “A grande chave para combater o preconceito é o conhecimento, é a informação, porque a sexualidade é um dos componentes que fazem parte do corpo humano. Não dá para deixar guardado em casa”, afirma.
A homossexualidade já foi encarada como abominação, como pecado. Na idade média era considerada crime e no final do século era caracterizada como doença. De acordo com o advogado, o marco revolucionário surgiu somente em 1990, onde a Organização Mundial de Saúde retirou da lista de doenças o homossexualismo e a comunidade científica foi obrigada a adotar uma nova postura, se debruçando para tentar designar esta identidade.
A própria Constituição Federal defende as mais de 20 milhões de pessoas quando pensou no preâmbulo a sociedade plural e elegeu um dos pilares o pluralismo político, que está ligado diretamente aos interesses da população. O Estado preza pela pelo nível de igualdade e pela cultura da paz. As relações familiares devem ser baseadas na solidariedade, proteção, afetividade, diálogo e nos valores, não está relacionado em nenhum aspecto ao gênero feminino e masculino.
Sendo assim, a sociedade precisa estudar um pouco mais, conhecer e aceitar o próximo como ele é, sem fazer distinção do sexo, cor, raça e identidade, sem pré-conceitos, sem pré-julgamentos e sem ações discriminatórias.