Ex-marido acusado de feminicídio vai a júri popular

Em decisão publicada no final da tarde desta quinta-feira (6), o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, pronunciou um homem acusado do feminicídio de sua ex-mulher, ocorrido no dia 14 de abril de 2020, no Parque Lageado. O réu será submetido a julgamento acusado de homicídio triplamente qualificado por feminicídio, asfixia e mediante traição/emboscada, além do crime de ocultação de cadáver.
Segundo a denúncia, o crime aconteceu por volta das 15h30, ocasião em que mantiveram relações sexuais e, após o ato, permaneceram conversando nus sobre a cama, quando, em determinado momento, o acusado aplicou um golpe de "mata-leão" na vítima, imobilizando ela de bruços na cama, ficando seu rosto imerso no travesseiro, asfixiando-a até a morte.
Já por volta das 22h30, ele retornou à residência, vestiu a vítima, já em óbito, colocou-a no interior de seu veículo e deslocou-se até o anel viário, ocultando o cadáver à margem da rodovia BR-262.
Ao longo da instrução do processo, diversas testemunhas narraram que o acusado era muito ciumento e, mesmo após o término do relacionamento, monitorava a vítima pelas redes sociais. Em seu interrogatório, o réu afirmou que se separou da ofendida em virtude do trabalho que ela exercia numa estética masculina, como massoterapeuta.
Embora tenha confessado o crime na delegacia de polícia, na fase judicial ele sustentou que não era o autor. O réu responde ao processo preso preventivamente.