Em Mato Grosso do Sul, pastagens degradadas são usadas para o plantio de cana
Segundo a Conab, 87% da área de expansão dos canaviais nos últimos anos eram ocupados antes por pastagens degradadas
A maior parte da expansão do setor sucroenergético em Mato Grosso do Sul vem sendo feita em áreas de pastagens degradadas. A informação foi divulgada nesta terça-feira (23) pelo presidente da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado (Biosul), Roberto Hollanda Filho, durante palestra no 6º Congresso da Cana (Canasul), em Dourados.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apresentados por Hollanda, 87% da área de expansão dos canaviais nos últimos anos eram ocupados antes por pastagens degradadas. Isso mostra, segundo ele, que a cana não vem concorrer com outras culturas e que representa sim uma opção de diversificação para os produtores.
“Do total da área do Estado, cerca de 9 milhões de hectares são de pastagens degradadas. É nestas áreas que o setor quer crescer, mas sem competir com nenhuma outra atividade. Queremos complementar, dividir o espaço junto com a soja, o algodão, o eucalipto”, ressaltou.
Conforme Hollanda, a expansão da cana sobre áreas de pastagens degradadas no Estado possibilitou o seqüestro equivalente a 260 mil toneladas de CO2 no solo nos últimos cinco anos. O presidente da Biosul apontou ainda que dos 35 milhões de hectares da área do Estado, apenas 3%, o equivalente a 600 mil hectares são ocupados pela cana.
Remunera bem ao trabalhador
Ainda na palestra no Canasul, Hollanda apresentou um perfil do trabalhor do setor sucroenergético. Segundo ele, os colaboradores do setor chegam a 29,5 mil pessoas diretamente e são gerados pelo menos 96 mil empregos indiretos.
O segmento possui o maior salário médio da agricultura no Estado, com o valor de R$ 1.487, o terceiro mais alto da indústria, com R$ 1.753, e acumula ainda a segunda maior massa salarial, com R$ 588,9 milhões.
O presidente da Biosul disse que a expansão do setor também está ajudando a promover o desenvolvimento econômico.Municípios que recentemente receberam usinas sucroenergéticas registraram grandes aumentos do imposto sobre serviços (ISS), como, por exemplo, Angélica, no Sul do Estado, com 2.070%, desde 2006.