Suplente pede para Justiça investigar vereador eleito por compra de votos
Dirceu Longhi seria beneficiado com a vaga na Câmara de Dourados caso Jânio Miguel fosse cassado
Primeiro suplente da coligação “Coragem para Mudar Dourados”, o vereador Dirceu Longhi (PT) pediu à Justiça Eleitoral para investigar Jânio Colman Miguel (PR), candidato que o superou nas eleições municipais deste ano e conquistou a vaga na Câmara de Dourados pelo grupo “Por Amor a Dourados I”, por suspeitas de que o adversário tenha comprado votos durante o pleito.
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O petista consta como autor de um pedido de ação de investigação protocolado no cartório da 43ª Zona Eleitoral às 14h17 de segunda-feira (12), 2 horas e 17 minutos depois que seu alvo foi diplomado para o cargo que deve ocupar oficialmente a partir de 1º de janeiro. Caberá ao juiz Jonas Hass Silva Junior decidir sobre essa demanda.
Jânio Colman Miguel foi alvo de uma ação contra a compra de votos deflagrada pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) durante a campanha. Equipes da PF (Polícia Federal) cumpriram mandados de busca e apreensão nas casas do candidato e de seus apoiadores, ocasião em que foram apreendidos, segundo a Promotoria de Justiça, “uma quantidade expressiva de tickets de combustíveis, dinheiro, documentos contendo anotações ligados ao ilícito investigado, mídia contendo imagens dos postos de combustíveis, além de computadores e celulares”.
No entanto, o processo decorrente dessa operação não resultou em qualquer decisão desfavorável ao investigado. Ele e seus apoiadores sempre negaram irregularidades na campanha e já tiveram devolvidos os objetos que haviam sido apreendidos. E até hoje não constam nos autos do processo as conclusões periciais encomendadas pela Justiça à PF.
Mesmo assim, é esse fato que motivou o pedido de ação de investigação feito por Dirceu Longhi. “A coligação entrou em razão do que foi divulgado amplamente na mídia. Eu não tenho conhecimento do teor do que foi protocolado”, limitou-se a informar o petista, que atualmente ocupa o cargo de 1º secretário da Câmara de Dourados.
Longhi não é suplente de Jânio Miguel, mas seria diretamente beneficiado diante de uma eventual cassação do adversário. Isso porque os 2.319 votos obtidos pelo investigado no dia 2 de outubro poderiam ser anulados, abrindo-se desta forma uma vaga para o mais votado da coligação do petista.