Sem fiscalização, trânsito de Dourados tem leis ignoradas
O acidente desta quinta-feira (18) que causou a morte da jovem Vanessa Freitas Paraíba, de 20 anos, foi mais um dos tantos que evidenciam problemas gritantes no trânsito de Dourados. A vítima foi atropelada por um caminhão na área central da cidade às 11h30, embora o tráfego de veículos de carga nessa região tenha regras e horários definidas por lei.
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Publicado no Diário Oficial do Município do dia 29 de novembro de 2011, o Decreto nº 472 de 28 de novembro daquele mesmo ano tem por objetivo disciplinar “o tráfego de caminhões e o serviço de carga e descarga no perímetro urbano do Município de Dourados-MS”. Mas a ausência de fiscalização torna as regras por ele estabelecidas praticamente sem valor.
O caminhão basculante que atropelou Vanessa, por exemplo, não poderia trafegar onde a jovem estava naquele horário, conforme explicaram ao repórter Sidnei Lemos, o Bronka da 94 FM, agentes da Agetran (Agência Municipal de Transportes e Trânsito). Eles apontaram que o veículo envolvido no acidente é do tipo transportador de caçambas de até 16 toneladas.
E de acordo com o Decreto nº 472 de 28 de novembro de 2011, um caminhão com essas características só poderia trafegar pela região do acidente das 20h às 8h (durante a noite, madrugada e parte da manhã). Esse é o horário definido para a Área A, delimitada pelo quadrilátero compreendido pelas ruas Melvin Jones, Aquidauana e avenidas Marcelino Pires e Weimar Torres. (veja na galeria abaixo)
O atropelamento aconteceu às 11h30 na Avenida Marcelino Pires, entre as ruas Toshinobu Katayama e Mato Grosso, dentro, portanto, da área delimitada pelo Decreto, e fora do horário por ele estabelecido. Neste caso, não faltaram regras ao trânsito douradense, mas quem garantisse que as mesmas fossem devidamente cumpridas.
Sem ciclofaixas
Nessa mesma avenida, a principal da cidade, uma ciclofaixa foi pintada na pista da esquerda no ano passado. Segundo divulgou a prefeitura na época, o objetivo era destinar o espaço para o tráfego de bicicletas aos domingos, como meio de lazer para a população.
Contudo, ciclovias ou ciclofaixas permanentes, para o uso diário de ciclistas douradenses, são poucas na cidade. Para a jovem Vanessa Freitas Paraíba, que não estava num momento de lazer e se dirigia à creche para buscar a filha no fim da manhã desta quinta-feira, faltaram um espaço para pedalar com segurança e quem fizesse uma regra estabelecida por meio de Decreto ser cumprida.