Sem cumprir acordos, Zauith enfrenta 4ª greve dos educadores na gestão
Os educadores da rede municipal de ensino de Dourados deflagram nesta quinta-feira (23) uma greve por tempo indeterminado. O motivo, a exemplo das outras três paralisações já realizadas desde que Murilo Zauith (PSB) assumiu a prefeitura, em 2011, é a falta de compromisso do gestor, que não cumpriu acordos firmados anteriormente com a categoria.
A greve pode deixar os 28 mil estudantes do município sem aulas nas escolas e Ceins, como são chamadas as creches. Organizada pelo Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados), a paralisação deve ter adesão de professores e servidores administrativos das unidades educacionais.
“Centenas de professores e técnicos administrativos da rede municipal param por tempo indeterminado e cobram da prefeitura o cumprimento da Lei que trata do piso salarial dos professores para uma jornada de 20 horas e o reajuste para o grupo administrativo”, informou o sindicato por meio do site oficial.
Conforme a entidade sindical, representantes da categoria foram à Câmara Municipal na segunda-feira (20) “para cobrar dos vereadores um posicionamento sobre o não cumprimento dos acordos salariais, como a incorporação do Adicional de Incentivo ao Magistério Municipal, que deveria ter sido pago a partir de 1º de abril; o pagamento do percentual da diferença do Piso para 20 horas em outubro, negociado durante a greve de 2014 e previsto em lei desde então; e a reposição da inflação ao grupo administrativo, sem correção desde 2015, mesmo havendo a previsão constitucional”.
No dia seguinte, terça-feira (21), os educadores debateram os valores “dos repasses financeiros destinados à Educação de Dourados pelo Governo Federal e dos 25% dos recursos municipais que devem ser obrigatoriamente investidos em educação”. Nessa oportunidade, avaliaram que “os números apresentados demonstraram claramente que há recursos mais que suficientes para suprirem os gastos com a folha de pagamento, além de deixar dúvidas sobre a aplicação dos recursos municipais em educação”.
Atual presidente do Simted e vice na gestão anterior, Gleice Barbosa lembra que somente em 2014 os educadores deflagraram duas greves. A maior, do dia 17 de julho ao dia 1º de agosto. Na outra, em novembro, motivada pelo descumprimento dos acordos que haviam dado fim à primeira paralisação, Zauith correu para negociar já no primeiro dia. Em 2013 também houve um movimento grevista.