Reunião com Murilo não tem avanço concreto e Simted cobra transparência

  • Assessoria/Simted
Sindicalistas em greve veem possibilidade de cumprimento dos acordos trabalhistas por meio de uma revisão do o... (SIMTED)
Sindicalistas em greve veem possibilidade de cumprimento dos acordos trabalhistas por meio de uma revisão do o... (SIMTED)

No final da tarde de segunda-feira (1º), uma comissão do SIMTED foi recebida pelo prefeito de Dourados (MS), Murilo Zauith, no Centro Administrativo Municipal. A reunião não surtiu avanços concretos, com o executivo alegando falta de recursos e o sindicato cobrando uma prestação de contas com os gastos no Ensino Público.

Após uma reunião com os servidores administrativos do município que acontecia no CAM, quando prometeu mais uma vez cumprir o PCCR (Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações), o prefeito, finalmente, atendeu a uma solicitação dos educadores dentre os vários pedidos de diálogo com o Governo Municipal.

Uma comissão formada pela presidenta do SIMTED, Gleice Jane Barbosa, o vice Juliano Mazzini e mais três membros, dentre eles representantes do grupo administrativo, foi recebida por Zauith, o contador Rosenildo França, o secretário de Fazenda Alessandro Fagundes, o Procurador Geral do Município Ilo Rodrigo Machado e Luiz Morais, chefe da Controladoria do Município.

Os sindicalistas em greve lembraram dos vários pedidos de negociação, das solicitações de esclarecimentos sobre os gastos com a Rede Municipal protocoladas na prefeitura, além de questionar os vários problemas encontrados por meio de análises do orçamento municipal, como o pagamento de servidores que prestam serviço em outras pastas com os recursos da Educação.

O corpo técnico administrativo reafirmou não haver recursos para o cumprimento da Lei do Magistério, incorporações e reposições salariais. O contador Rosenildo França reconheceu que a cobrança dos educadores é legítima. Ele afirmou que somente uma auditoria poderia detalhar a aplicação dos recursos em Educação no município.

A comissão repudiou a alegação de que o SIMTED não poderia cobrar a transparência dos dados orçamentários por não ser um órgão fiscalizador. Qualquer cidadão ou cidadã tem direito ao acesso de informações sobre os gastos públicos básicos, sejam de municípios, estados ou União.

Gleice Barbosa relatou que nenhum dos ofícios do SIMTED questionando as condições financeiras da Educação no município foram atendidas pelo executivo. Ela ainda esclareceu que os educadores não são chamados para discutir e construir os projetos para a Rede Municipal de Ensino, sendo, por vezes, aprovadas medidas à revelia dos educadores.

O SIMTED deixou claro durante o encontro que os trabalhadores e trabalhadoras em Educação necessitam de uma proposta oficial e uma prestação de contas detalhada para estarem convencidos de que a negociação avance concretamente.  

Numa das poucas vezes em que falou, antes de deixar a reunião que terminou sem sua presença, Murilo pediu que a categoria confiasse nos servidores que compõem a gestão. Ele afirmou que o impasse com a educação se daria porque não há uma relação de confiança entre a categoria e o poder executivo. O prefeito saiu e pediu que o SIMTED procurasse os técnicos da prefeitura afim de debater os números e iniciar uma negociação.

Já sem o prefeito, a comissão da educação lembrou ao secretário de Fazenda, Alessandro Fagundes, que houveram acordos descumpridos em diálogos anteriores. Em 2014, a categoria suspendeu a greve na esperança de avanço nas conversas, mas retomou a paralisação após não haver qualquer reunião de negociação por parte da prefeitura. Posturas como essa resultaram na falta de confiança que existe no momento.

O sindicato espera que a administração, agora, busque diálogo novamente para aprofundar as tratativas sobre o impasse e possibilidades de cumprimento das leis da Educação. Os compromissos não honrados vêm prejudicando trabalhadores e trabalhadoras no Ensino Público.

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