PF tem 20 dias para concluir perícia de material apreendido com vereador

Investigação apura denúncias de compra de votos durante as eleições municipais deste ano em Dourados

Material apreendido no dia 28 de setembro deve ser periciado pela PF no prazo de 20 dias, segundo a Justiça (Foto: Adilson Domingos)
Material apreendido no dia 28 de setembro deve ser periciado pela PF no prazo de 20 dias, segundo a Justiça (Foto: Adilson Domingos)

A PF (Polícia Federal) tem 20 dias para concluir as perícias em materiais apreendidos na casa do vereador eleito em Dourados Jânio Colman Miguel (PR). Ele foi alvo da operação "Voto Vendido, Futuro Perdido", deflagrada no dia 28 de setembro para investigar denúncias de compra de votos durante o período eleitoral deste ano no município.

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Esse prazo foi estabelecido pelo juiz Jonas Hass Silva Junior, titular da 43ª Zona Eleitoral, em atendimento a pedido formulado pelo MPE (Ministério Púbico Eleitoral). O magistrado também determinou a devolução de lâminas de cheque que haviam sido apreendidas na casa do então candidato e nas residência e empresa de seu principal financiador de campanha, o empresário Robson Sales Uhde.

No dia 9 deste mês, o magistrado já havia autorizado a restituição dos valores em espécie que haviam sido apreendidos durante a operação policial e estavam depositados em uma conta judicial. São RS 8.863,00 localizados na empresa UHDE Empacotadora Com. Imp Exp. Ltda, cujo dono é Robson Sales Uhde, proprietário da mesma e principal financiador da campanha de Jânio Miguel, e R$ 2.990,00 encontrados na residência do empresário.

Eleito vereador com 2.319 votos no dia 2 de outubro, Jânio Miguel informou à Justiça Eleitoral que gastou R$ 22.700,00 durante a campanha, R$ 20.350,00 de recursos próprios. Outros R$ 1.050,00 constam como doação do empresário Robson Sales Uhde.

No final de setembro, durante a campanha, eles foram alvos de seis mandados de busca e apreensão expedidos pelo juiz da 43ª Zona Eleitoral, durante a operação “Voto Vendido, Futuro Perdido”. Naquela oportunidade, equipes da PF, da Polícia Militar e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) foram à casa do candidato, nas residências de dois apoiadores dele e em uma empresa que estaria financiando a campanha, além de dois postos de combustíveis.

Conforme o Ministério Público Eleitoral, nessa ocorrência foi apreendida “uma quantidade expressiva de tickets de combustíveis, dinheiro, documentos contendo anotações ligados ao ilícito investigado, mídia contendo imagens dos postos de combustíveis, além de computadores e celulares”.

No dia seguinte à operação policial que o teve como alvo, Jânio Miguel divulgou nota nas redes sociais, para “esclarecer que os tristes fatos veiculados nos canais de mídia, que veio a calhar por uma denúncia no Ministério Público Eleitoral, dizendo que eu e minha equipe estaríamos cometendo crime eleitoral, fato não comprovado pela Polícia Federal, que esteve em minha residência com mandato de busca e apreensão, para entrar, investigar e aprender qualquer irregularidade possível, que após horas de busca e nada encontrado, eles com muita cordialidade e respeito recolheram alguns documentos para maiores esclarecimentos futuros, e assim provamos que nada tínhamos a esconder (sic)”.

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