Impressora 3D salva vida de bebê com problemas respiratórios

Impressoras 3D podem fabricar armas. Mas também podem salvar vidas. Kaiba, nascido em outubro de 2011, parecia um bebê saudável. Mas, em uma noite quando a família estava jantando fora, Kaiba, então com apenas seis semanas de vida, parou de respirar e começou a ficar azul.

O pai do bebê, Bryan Gionfriddo, aplicou-lhe compressões torácicas antes de levá-lo às pressas para o hospital. Após dez dias, Kaiba foi enviado para casa, mas o pesadelo parecia não ter fim: dois dias depois, ele começou a ficar azul novamente. Foi aí que os médicos descobriram que o bebê tinha uma doença rara chamada traqueobroncomalacia, em que a traqueia é tão fraca que recolhe e impede a passagem do ar para os pulmões.

Mesmo depois que cirurgiões colocaram um tubo na traquéia de Kaiba para ajudá-lo a respirar, os problemas continuaram. O caso do bebê era grave e seu coração parava de bater por alguns momentos diariamente.

A solução pioneira foi a utilização da impressão 3D. Pesquisadores da Universidade do Michigan (EUA) utilizaram essa tecnologia para criar uma tala que se encaixa precisamente em torno das vias aéreas de Kaiba, mantendo-a aberta e tornando-lhe possível respirar.

“Assim que a tala foi colocada, os pulmões começaram a ir para cima e para baixo pela primeira vez, e nós sabíamos que ele ficaria bem”, conta Glenn Green, professor de otorrinolaringologia pediátrica na universidade. Tradicionalmente, essas talas são esculpidas a mão, mas isso leva muito tempo, além de não corresponderem exatamente as vias aéreas do paciente.

Pesquisadores planejavam testar a tala para ajudar pacientes com traqueobroncomalacia severa em um ensaio clínico. Quando souberam do caso de Kaiba e perceberam que a tecnologia poderia salvar sua vida, não hesitaram em utilizá-la, e o bebê se tornou o primeiro paciente a ser tratado pelo procedimento. Vinte e um dias após o tratamento, Kaiba já não precisava de ventilador para o ajudar a respirar. No total, ele passou quatro meses no hospital. Agora, aos 20 meses de idade, Kaiba passa bem.