Greve dos educadores paralisou 18 escolas, diz Simted
A greve deflagrada pelos educadores de Dourados na quinta-feira (23) deixou 18 escolas sem aulas na sexta-feira (24). O levantamento do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação), contudo, é contestado pela prefeitura, que aponta paralisação total em apenas oito unidades educacionais. Ao todo, são 28 mil estudantes matriculados na rede municipal de ensino.
O movimento grevista foi deflagrado, segundo o sindicato da categoria, por causa da falta de compromisso do prefeito Murilo Zauith (PSB). Acusado de não cumprir acordos por professores e servidores administrativos, o gestor público enfrenta a quarta greve desde que assumiu o comando do município, em 2011. Houve uma paralisação em 2013 e duas em 2014, ano em que foram firmados os compromissos que agora motivam o descontentamento dos educadores.
Os trabalhadores pedem pagamento de piso salarial dos professores para uma jornada de 20 horas e o reajuste para o grupo administrativo, além da “incorporação do Adicional de Incentivo ao Magistério Municipal, que deveria ter sido pago a partir de 1º de abril; o pagamento do percentual da diferença do Piso para 20 horas em outubro, negociado durante a greve de 2014 e previsto em lei desde então; e a reposição da inflação ao grupo administrativo, sem correção desde 2015, mesmo havendo a previsão constitucional”.
Os educadores informaram que nesta segunda-feira (27) mais duas escolas paralisaram as atividades na área urbana e outras duas na Reserva Indígena. Das sete escolas indígenas, são três as com aulas suspensas, segundo os grevistas. Já no caso dos Ceims, centros de educação infantil do município, são três estão com funcionamento normal. Mas os educadores ligados ao Simted acusam o funcionamento parcial de outras três unidades, que estariam com atuação somente de estagiários, o que é irregular, segundo a categoria.
Secretário de Agricultura Familiar e Economia Solidária, Landmark Ferreira Rios disse que apenas oito das 45 escolas municipais tiveram aulas paralisadas por causa da greve. Ele afirmou que o prefeito Murilo Zauith quer a suspensão do movimento grevista para poder negociar, ou ao menos apresentar os números relativos às finanças públicas que comprovariam a impossibilidade de atender ao que reivindicam os trabalhadores da educação.
Contudo, há desacordo neste quesito, já que os educadores garantem ter tido acesso às receitas do município e constatado a possibilidade de atendimento ao que acordaram com o prefeito em 2014. Segundo o Simted, os compromissos assumidos por Zauith deveriam ser cumpridos a partir de abril, mas atualmente o gestor municipal tenta protelar para outubro a possibilidade incerta de atendê-los.
Em reunião na Câmara de Vereadores na manhã desta segunda-feira (27), o vereador Idenor Machado (PSDB) propôs disponibilizar um técnico orçamentário para analisar os recursos municipais junto a Comissão de Educação do Legislativo. O objetivo é concluir se há ou não condições para que a administração pública municipal cumpra os acordos firmados em 2014 com o Simted.