Funcionários mudam para esta sexta-feira a paralisação por falta de pagamento no Hospital Evangélico
A princípio o movimento seria realizado amanhã (8), porém, depois de acertar os últimos detalhes, funcionários decidiram aderir à paralisação na sexta.
Mudou para esta sexta-feira (9) a paralisação dos funcionários do Hospital Evangélico (HE) de Dourados. O motivo é a falta de pagamento.
A princípio o movimento seria realizado amanhã (8), porém, depois de acertar os últimos detalhes, funcionários decidiram aderir à paralisação na sexta.
Situação dos funcionários:
A reportagem da 94FM recebeu a informação na noite de ontem (6) sobre a paralisação dos funcionários do Hospital Evangélico (HE) pela falta de pagamento.
Segundo informações de uma funcionária que pediu para não ser identificada, os trabalhadores vêm passando por essa situação há mais de dois anos. De acordo com ela, no começo o pagamento era parcelado, mas acabava saindo, era 50% no quinto dia útil e após sete dias, pagavam o restante. Porém, com o passar dos meses, a situação só foi piorando.
De acordo com a funcionária, os trabalhadores receberam somente metade do pagamento de outubro e o décimo terceiro salário ainda não foi depositado. Porém, a situação é a mesma em todos os meses do ano.
Ainda segundo informações, todos os funcionários estão na mesma situação, sem receber o pagamento.
Além da paralisação geral de sexta-feira, haverá também uma assembleia. Após o movimento, funcionários devem se reunir para decidir se continuam ou não com o ato.
A principal reivindicação é o salário, porém, de acordo com a funcionária, estão faltando equipamentos para atender aos pacientes, como seringas, álcool, luvas de procedimento, agulhas, máscaras e toucas descartáveis, medicamentos, entre outros.
A funcionária disse que pela falta de medicação, eles recorrem em outros hospitais da cidade, como o HU, Hospital da Vida e Santa Rita. “Mas, têm dias que não temos mais de onde pegar, pois as unidades já emprestaram tanto e o HE não devolveu por falta de pagamento, aí temos que trabalhar com o que temos”. Explicou.
Além de não receber o pagamento, funcionários são proibidos de comentar sobre o assunto na unidade. “Não podemos comentar sobre salário atrasado pelos corredores, porque senão, nos dizem que assinaremos advertências ou seremos mandados embora”. Comentou.
Cansados, os funcionários escutam a mesma resposta sempre, que a unidade não tem previsão para realizar o pagamento e nenhum dos colaboradores dão satisfação.
Outra situação que está preocupando, segundo a funcionária, é a hipótese do HE fechar.
"É triste para nós vivenciar essa situação. Têm pessoas que passaram a sua vida trabalhando no HE, são 30, 25 anos de trabalho e agora ter que perder tudo. Amamos a nossa profissão, gostamos muito de trabalhar no hospital, dói muito ter que passar por isso. O hospital é de grande porte é referência no Estado, não pode acabar assim, e os pacientes, para onde vão? Como será? O que vai acontecer com os funcionários? Temos família também, muitas de nós somos chefes de família, somos pai e mãe. Dói ver colegas chorando por não ter como comprar um remédio para o filho doente, não poder comprar uma fralda, 1 litro de leite. E quem mora de aluguel, como faz? Alguém precisa fazer alguma coisa, olhar para nós funcionários e pacientes. Se fechar o HE, será uma grande perda para todos, para a cidade, para saúde”. Desabafou.