Escritor douradense lança livro de ficção, mas obra também propõe reflexão social
Lançamento oficial de Josafá, obra do escritor douradense Elairton Paulo Gehlen, será na sexta-feira, na Livraria Canto das Letras
O escritor douradense Elairton Paulo Gehlen lança na sexta-feira (9) sua primeira ficção. O livro Josafá, que segundo o autor “pediu para existir”, conta um drama social protagonizado pelo executivo que dá nome à obra ao deparar-se com a triste história de Janaína, outra personagem. O lançamento será na sexta-feira (9), às 19h, na Livraria Canto das Letras, na Avenida Weimar Gonçalves Torres, em frente à agência da Caixa Econômica Federal.
Em visita à 94FM na tarde desta quarta-feira (7), Gehlen explicou que seu livro propõe uma reflexão. Bancário e professor com quase três décadas de atuação sindical - inclusive já presidiu o Sindicato dos Bancários de Dourados e Região -, ele explica que sua vivência contribuiu para elaborar a história em seis meses. “A cada capítulo que eu terminava já queria começar o próximo. O livrou pediu para existir”, relata.
O escritor dá uma ideia do que espera o leitor de Josafá ao descrever o protagonista da obra como um executivo de uma grande empresa, que vive em um ambiente de luxo, em constantes viagens de avião para reuniões com pessoas poderosas, fazendo importantes negócios comerciais.
“Numa das viagens, ele sai do hotel e resolve andar a pé, sem usar táxi, quando percebe o conflito social. Até então ele não tinha convivido com trânsito ruim, a confusão do dia a dia. É quando ele recebe um pedido de dinheiro de Janaína, que alega precisar comprar remédio. Ela tem uma história triste com perda da própria identidade como ser humano. E ao conversarem, os dois começam reconstruir suas próprias identidades”, revela.
"Uma jovem bonita, aos 15 anos Janaína é convidada para uma festa – patrocinada por esquema de tráfico –, quando ela se envolve com um criminoso, engravida, perde o trabalho e no segundo filho é abandonada pelo parceiro, que depois morreu. Ela vai para prostituição e troca de nome, perdendo a própria identidade. Tem uma terceira gravidez e vai para rua pedir dinheiro. A vida dela é da rua para o barraco. Mas Josafá se sensibilizou por ela. Há na história um reconhecimento dela como ser humano. A história é aí, com a mudança na vida dele, até então alheio aos problemas sociais. Ele passa atuar na empresa com isso”, detalha o autor.
Josafá será vendido por R$ 25,00. Mais do que uma ficção, o livro também é proposta de reflexão social. “É inspiração por tudo o que aprendi minha vida toda. Fui bancário 28 anos, militante, fui professor 17 anos, lecionei de 5ª série acima até a faculdade. É uma proposta para a gente refletir sobre a sociedade que nos rodeia. Pessoas à margem não são reconhecidas como ser humano, e enquanto isso persistir não vão se comportar como ser humano”, reflete o escritor, que já teve poesias junto a outros autores e agora lança o primeiro livro próprio.