Laboratório de restauração do STF completa 20 anos com mais de 10 mil trabalhos realizados
Entre itens restaurados estão livros históricos, obras raras e bens museológicos
O Laboratório de Conservação e Restauração do Supremo Tribunal Federal (STF) completou duas décadas de existência no último dia 20 de abril. Ao longo desse período, mais de 10 mil objetos passaram pelo local para limpeza ou algum tipo de reparo.
Mensalmente, mais de 20 itens entre processos, livros históricos, obras raras e bens museológicos são enviados para o laboratório, que tem demandas vindas do Arquivo, da Biblioteca e do Museu do Tribunal. Isso resulta na higienização de mais de 15 mil folhas de papel por mês.
Equipe
Atualmente, o laboratório é composto por oito pessoas, sendo que cinco atuam diretamente no trabalho de conservação e restauração (duas restauradoras e três auxiliares de restauração). Uma dessas restauradoras é Laís Maria Bezerra, que trabalha no setor há 16 anos.
Ela conta que mais de 90% do trabalho realizado envolve papel, com os processos físicos e livros. Essa realidade, contudo, mudou um pouco após os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023, quando a demanda pela restauração do mobiliário e esculturas que foram danificadas ou mesmo destruídas por vândalos aumentou de forma considerável.
Invasão
Entre as peças restauradas pelo Laboratório ligadas ao 8 de janeiro, destacam-se o Brasão da República e a escultura em bronze “A Justiça”, de Alfredo Ceschiatti. Quadros e fotografias também foram recuperadas pelos restauradores, que trabalharam em mais de 100 itens danificados.
Alguns objetos não puderam ser restaurados em função do alto grau de destruição, a exemplo de vasos artísticos recebidos do governo da China, peças de cerâmica e espelhos quebrados em pedaços minúsculos. Alguns desses itens foram exibidos no Tribunal, um ano após os ataques, na exposição “Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia”, juntamente com registros fotográficos da invasão.