Lei que exige profissionais para identificar abusos em crianças já está em vigor

Lei que exige profissionais para identificar abusos em crianças já está em vigor

Em média, seis em cada 10 crianças, de 2 a 14 anos de idade, no mundo, sofrem punições físicas pelas mãos de seus cuidadores. Na maioria dos casos, as crianças sofrem, ao mesmo tempo, castigo físico e agressão psicológica.

Esses números são da pesquisa "Ocultos à plena luz", divulgada neste ano pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Para melhorar a proteção à infância no País, está em vigor desde terça-feira (2) a Lei 13.046/14, que obriga entidades a terem profissionais capazes de identificar sinais de maus tratos nas crianças. A nova lei vale para clubes, organizações religiosas, escolas e creches, locais que abriguem crianças e adolescentes.

Os profissionais devem examinar as crianças e comunicar os casos suspeitos ou confirmados ao Conselho Tutelar, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90).

A cárie sem tratamento e a gravidez precoce são alguns dos sinais de maus tratos. Também são considerados maus-tratos a violência física ou psicológica, o abuso sexual e a omissão do adulto em atender às necessidades básicas da criança.

Multidisciplinar

Durante a análise do projeto na Câmara, o relator, deputado Vitor Paulo (PRB-RJ), ressaltou que a obrigação de fiscalizar os maus-tratos envolve diversos profissionais, tais como professores, médicos, assistentes sociais, guardas municipais, policiais militares que trabalham nas proximidades das escolas.

De acordo com o parlamentar, o objetivo é “que todas essas pessoas tenham essa sensibilidade para que possam detectar quando a criança está sendo abusada, está sendo prejudicada intelectualmente, fisicamente, psicologicamente."

Conselhos

A lei encarrega os Conselhos Tutelares de treinar profissionais e divulgar material explicativo sobre os maus-tratos nas comunidades.

O conselheiro tutelar, Antônio Jânio, considera a nova lei positiva: "Tem casos em que o conselheiro não tem aquela estrutura para identificar a violência junto aos menores. Então já estava na hora de colocar essa lei em prática."

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