Tráfico engana ‘mulas’ e autoridades com transporte de farinha e erva para tereré
Flagrantes recentes em ônibus abordados na região mostraram que até as pessoas contratadas para traficar entorpecentes são enganadas
Autoridades e pretensos traficantes têm sido surpreendidas por criminosos na fronteira de Mato Grosso do Sul. Em um mês, duas detenções por suspeita de tráfico internacional de entorpecentes revelaram que até as “mulas” contratadas para o transporte são enganadas. Erva para tereré comprada pelo preço de maconha e farinha como cocaína são dois exemplos.
Na quinta-feira (8), um jovem de 16 anos, morador em Campo Grande, foi apreendido por volta das 17 horas no Terminal Rodoviário Renato Lemes Soares, em Dourados. Com ele a Guarda Municipal encontrou uma bolsa na qual havia tabletes semelhantes aos de cocaína.
Embora o próprio adolescente tenha confirmado que pegou “a droga” em Ponta Porã para levá-la até a Capital do Estado, serviço pelo qual receberia R$ 1 mil, uma análise posterior apontou que o pó branco dividido em dois tabletes que totalizaram 2,2 gramas não deu resultado positivo ao reagente que constata presença de cocaína. Outras análises ainda serão feitas, mas o menor acabou liberado na manhã desta sexta-feira (9).
TERERÉ
Esse não foi o primeiro caso do tipo. No dia 19 de fevereiro, uma mulher de 32 anos, residente em São Paulo, foi flagrada pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) com embalagens que ela própria acreditava ser maconha. Abordada na BR-463, em um ônibus que iria de Ponta Porã até Campo Grande, reconheceu a pretensão de levar droga até sua cidade.
Contudo, ao analisarem o objeto apreendido, os policiais constataram que a suspeita de tráfico transportava dentro da mala tijolos comuns, para construção civil, recheados de era para tereré. A exemplo do que ocorreu com o adolescente em Dourados, também nesta ocorrência não houve constatação do crime de tráfico de drogas, razão pela qual ninguém foi preso ou apreendido.