Polícia indicia indígenas por morte de produtor rural
Seis indígenas prestaram, depoimento na tarde desta terça-feira na polícia civil
A Polícia Civil de Douradina indiciou cinco indígenas acusados de participar no assassinato do produtor rural e policial aposentado Arnaldo Alves Ferreira, de 68 anos, em Douradina. A vítima foi torturada e morta a golpes de facão e flecha, na última sexta-feira.
De acordo com o delegado Marcelo Batistela, que investiga caso, além do indígena João da Silva de 51 anos, que já está preso acusado pela morte do produtor rural, outras quatro pessoas também foram indiciadas por homicídio doloso.
No início da tarde desta terça-feira, seis indígenas foram ouvidas pelo delegado, quatro delas acusadas de participação no crime. Segundo Batistela, todos foram liberados e responderão e processo em liberdade, sendo uma mulher e três homens com exceção do indígena de 51 anos, preso logo após o crime.
Durante o interrogatório, ainda de acordo com o delegado, os seis indígenas apresentaram a mesma versão: que o produtor rural, vizinho da aldeia, intimidou os indígenas com vários disparos de arma de fogo e um deles foi ferido na orelha. Informaram também que após o conflito um grupo de indígenas revidou, amarrando a vítima e que somente o indígena de 51 anos teria agredido o produtor rural.
O delegado Batistela e o médico legista contestam as informações. Para eles a vítima foi torturada por várias pessoas, devido a grande quantidade de agressões encontradas no corpo. O advogado dos acusados, Luiz Henrique, diz que seus clientes não têm participação no crime.
O homicídio
O produtor Arnaldo Ferreira era o dono de um sítio que faz divisa com a aldeia e, de acordo com investigação policial, os indígenas cortavam com frequência as cercas da propriedade, fazendo com que o gado escapasse. A polícia apurou que esta situação havia acontecido diversas vezes e que a vítima tentava dialogar com os indígenas, mas sem sucesso.
No início da semana passada houve sério desentendimento e na tarde de sexta-feira, o conflito foi desencadeado. Segundo Marcelo Batistela, o PM foi capturado e ficou refém por quase duas horas, sofrendo agressões neste período. Um indígena de 51 anos também acabou ferido. Os dois foram levados ao Hospital da Vida, onde Ferreira morreu antes mesmo de receber atendimento médico.
Após receber os primeiros socorros, o indígena foi detido acusado de homicídio, entretanto, alega que não participou das agressões e que apanhou dos companheiros da comunidade ao tentar defender o produtor. O delegado afirma que não são descartadas prisões de outras pessoas.