Ex-prefeito e economista de MS estão envolvidos com máfia

Investigações foram iniciadas em 2010 e constataram fraude na aquisição de unidade móvel de saúde em Água Clara

  • Assessoria PF

A Polícia Federal em Três Lagoas indiciou um ex-prefeito e dois servidores do setor de licitações de Água Clara, um empresário de Curitiba, um economista de Campo Grande e um advogado de Bauru por formação de quadrilha e fraude em licitações realizadas em 2004.

As investigações foram iniciadas em 2010 e constataram fraude na aquisição de unidade móvel de saúde, pois foi realizada por meio de dois procedimentos licitatórios “Cartas Convites” ao invés de “Tomada de Preços”, como determina a Lei de Licitações e Contratos Administrativos para compras acima de R$ 80 mil.

Conforme comprovado no inquérito policial, a administração municipal comprou um ônibus com equipamentos médico-odontológicos pelo valor de R$ 96 mil, dos quais R$ 84 mil foram recursos federais repassados pelo Ministério da Saúde e R$ 12 mil de contrapartida do próprio município.

O fracionamento ilegal teria reduzido a publicidade, afastado potenciais interessados em participar e direcionado as licitações para que fossem vencidas por empresa pertencente à Máfia da Sanguessuga, com consequente prejuízo à União e ao Município. O advogado indiciado atuava como Procurador Jurídico e o economista como Assessor e Consultor junto ao setor de licitações em Água Clara.

O ex-prefeito foi indiciado por crime de responsabilidade e formação de quadrilha, enquanto os demais por fraude em licitação e formação de quadrilha, com penas que variam de 2 anos de detenção a 12 anos de reclusão. O inquérito foi remetido ao Ministério Público Federal e poderá embasar futuro processo criminal.

Máfia da Sanguessuga

Gigantesca organização criminosa composta por parlamentares, empresários e servidores públicos que no início dos anos 2000 fraudaram licitações e desviaram verbas públicas destinadas à aquisição de veículos e equipamentos médicos e odontológicos, principalmente ambulâncias. A quadrilha, desarticulada pela Polícia Federal, era liderada por empresários de Cuiabá/MT e representada no Mato Grosso do Sul por empresário de Curitiba/PR.