Diaristas trabalham 11 dias a menos por piso

Salário mínimo aprovado para domésticas é de R$ 1,2 mil por 26 dias. Diarista ganha isso em 15 dias

Foi assinado o primeiro acordo coletivo entre empregadas domésticas e patrões no estado de São Paulo. Segundo o documento, o piso da categoria varia entre R$ 755 (para domésticas iniciantes que não dormem no serviço) e R$ 1,2 mil (para as domésticas que dormem no trabalho), o que significa 26 dias de trabalho por mês.

Com o valor médio de diária cobrada na capital, de R$ 80, uma diarista consegue somar uma renda de R$ 1,2 mil em 15 dias, 11 a menos do que se fosse registrada.

Por outro lado, mesmo com os encargos trabalhistas, para o patrão ficou mais vantajoso contratar uma empregada do que optar por diaristas.

O custo total da empregada que dorme no trabalho e recebe o piso ficaria em cerca de
R$ 1.596 por mês. Com essa quantia, o patrão conseguiria contratar diaristas por 20 dias, ou seja, seis a menos do que com a empregada contratada.

O acordo coletivo, que já está valendo para 26 cidades do estado (a capital não está inclusa), incluiu no piso das domésticas que dormem no trabalho o valor das horas extras, do adicional noturno e das horas extras noturnas. “Foi um grande avanço, principalmente para quem contrata babá ou cuidador de idoso”, disse Margareth Galvão, presidente do sindicato das patroas.

consenso/ Para a advogada Camila Ferrari, da Federação dos Empregados e Trabalhadores Domésticos do Estado de São Paulo, o acordo esclareceu pontos pendentes e vai facilitar a relação entre empregadas e patrões. “Houve um consenso e o texto valoriza a carreira da empregada, garante direitos e não onera o patrão”, disse.

O acordo determinou também que seja criado um bônus de 5% do piso regional pago todo mês de abril, em comemoração ao dia do empregado doméstico.