Após assassinato de produtor, ruralistas responsabilizam governo federal por conflitos

Famasul lembra que 56 propriedades legais e produtivas estão invadidas por indígenas.

Representantes do setor ruralista afirmam que o crime ocorrido na noite de ontem (12), quando indígenas assassinaram brutalmente um produtor rural em Douradina-MS, é fruto do descaso do governo federal e da insubordinação da Funai (Fundação Nacional do Índio). A afirmação foi feita na manhã deste sábado (13), em entrevista coletiva na sede da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande-MS.

Segundo Rui Fachini, diretor secretário da instituição, foi uma crueldade o que fizeram com produtor rural Arnaldo Alves Ferreira, 68 anos. Policial militar aposentado, ele foi amarrado e torturado até a morte por cerca de 30 indígenas que invadiram sua propriedade de 30 hectares.
“Trinta contra um é uma covardia, não deixaram nem a ambulância entrar. A polícia teve que buscar reforços para conseguir entrar na propriedade e prestar o socorro à vítima, que morreu no local à espera de socorro”, reclamou Fachini.

Ainda segundo o diretor secretário, a sociedade precisa compreender que o problema não é apenas dos produtores rurais, mas de toda a sociedade. “Ao todo temos 56 propriedades rurais legais e produtivas que estão invadidas por indígenas, mas o governo federal infelizmente é omisso e por isso a situação se agrava. Índios e produtores são reféns desta situação”, complementou.

Já Almir Dalpasquale reiterou que casos assim somente ocorrem por conta da falta se posicionamento do governo federal, que procrastina a solução definitiva dos conflitos e prejudica o setor mais produtivo da economia brasileira.

Problema está na Funai

O assessor jurídico da Famasul, Carlos Coldibelli afirmou que a Funai seria a fomentadora das invasões indígenas contra propriedades privadas, produtivas e tituladas. “A questão é de soberania nacional e de interesse coletivo. A maioria desses problemas ocorrem por conta da Funai, que contraria o supremo ao exigir a ampliação de terras indígenas já demarcadas”, explicou.

Condibelli disse também que um dos maiores problemas é que a Funai incentiva a demarcação de terras que nunca pertenceram aos indígenas.

Terras indígenas

Ainda conforme os ruralistas, atualmente 13% do território nacional já pertence aos indígenas, que hoje possuem uma população estimada em 600 mil pessoas. “Com 13% do território nacional existe 215 hectares de terra para casa índio, enquanto para os não índios o número é bem menor, apenas três hectares por pessoa”, disse Fachini.

A assessoria jurídica informou que existem 80 ações na justiça sul-mato-grossense, tratando de conflitos entre os produtores rurais e os povos indígenas.