Papa: mundo está 'à beira do suicídio', acordo sobre clima deve ser 'agora ou nunca'
O papa Francisco afirmou, nesta segunda-feira, que o aquecimento climático põe o mundo "à beira do suicídio" e que a comunidade internacional reunida na Conferência do Clima de Paris (COP21) deve conseguir um acordo "agora ou nunca".
"Não estou seguro (do resultado da COP21), mas o que posso dizer é que agora ou nunca" se deve atuar diante da mudança climática, declarou aos jornalistas que o acompanhavam no avião papal rumo à capital italiana, após sua viagem à África.
Desde a conferência de Kioto em 1991, "pouco foi cumprido" e "a cada ano, os problemas são mais graves", enquanto tudo parece indicar, "empregando uma palavra forte, que estamos a bordo do suicídio", insistiu o pontífice argentino.
"A quase totalidade daqueles que estão em Paris quer fazer algo. Tenho confiança de que o farão, têm boa vontade e rezo por eles", disse.
Francisco se comprometeu com a luta contra a mudança climática. Na primavera (boreal) passada, consagrou uma importante encíclica destacando que a degradação climática influencia a vida dos mais pobres ao produzir contaminação, catástrofes naturais, doenças, guerras e migrações.
Para remediá-lo, o papa advoga por uma forma de desacelerar o crescimento (econômico) e uma revolução energética, abandonando completamente as de origem fóssil.
Em diversas ocasiões, pediu que a COP21 possibilite um acordo que obrigue os países mais ricos a ajudarem técnica e financeiramente os mais pobres para que possam concretizar esta revolução ecológica.
A Santa Sé foi representada na inauguração da conferência pelo cardeal Pietro Parolin, número dois do Vaticano, que deixou a delegação pontifícia na África para viajar a Paris.