Governador é 'enforcado' por manifestantes em protesto contra restrições adotadas na pandemia

O que começou como uma celebração da Segunda Emenda à Constituição dos EUA, que protege o direitos dos americanos de manter e portar armas, terminou com o governador do Kentucky, Andy Beshear, sendo "enforcado" por manifestantes neste domingo, no Capitólio do estado, em Frankfort. Segundo informa o "Louisville Courier Journal", foi um protesto contra as restrições adotadas para enfrentar a pandemia do novo coronavírus e a administração de Beshear.
Entre os cerca de cem manifestantes, muitos empunhavam armas e agitavam bandeiras americanas. "A maneira como eles têm pisado nos meus direitos aqui ultimamente deixa um gosto ruim na boca", disse ao jornal um deles, Ed Bruce, acrescentando que o governo estaria usando a pandemia para restringir a livre circulação.
Os organizadores levaram a multidão à mansão do governador democrata para tentar entregar um pedido para que ele renuncie. Carregavam cartazes onde se lia "Tirem Beshear do cargo" e "Meus direitos não terminam onde seu medo começa", e gritavam "Saia Andy" e "Renuncie Andy". Ninguém apareceu na porta. Alguns policiais do estado de Kentucky saíram de seus carros para observar, mas não tentaram impedir a multidão. Não está claro se Beshear estava em casa, diz o "Louisville Courier Journal".
A multidão então voltou ao Capitólio e pendurou um boneco de Beshear em uma árvore, enquanto "God Bless America " (Deus abençoe a América), uma música patriótica, tocava nos alto-falantes. Depois de ficar pendurado por um curto período de tempo enquanto as pessoas tiravam fotos, o boneco foi retirado. A atitude, conta o jornal, foi condenada por políticos dos dois lados, tanto republicanos quanto democratas.
Crystal Staley, porta-voz de Beshear, disse em comunicado: "O ato que aconteceu hoje no Capitólio, perto de onde moram o governador e seus filhos pequenos, foi errado e ofensivo. Esse tipo de comportamento deve ser condenado. Como kentuckianos, devemos poder expressar nossas opiniões sem recorrer ao ódio e às ameaças de violência. Simplificando - nós somos e devemos ser melhores que isso".