Editor de jornal que publicou história da 'mulher que deu à luz 10 bebês' se desculpa: 'Foi lamentável'
O editor do "Pretoria News" publicou um pedido de desculpa após publicar a história inverídica sobre uma mulher sul-fricana que teria dado à luz dez bebês na mesma gestação. Piet Rampedi disse estar "cheio de tristeza e arrependimento" por causa da história.
"Estou escrevendo com muita tristeza e arrependimento sobre como a história dos decuplets, que escrevi em 8 de junho de 2021, foi tratada e o efeito óbvio que teve na reputação da empresa", afirmou o editor, que admitiu ter falhado ao não verificar a veracidade da história.
"Deixe-me começar declarando desde o início que mantenho o fato de que Gosiame Sithole estava grávida, e que ela deu à luz. Eu não duvido disso e nunca duvidei. Seja como for, lamento os danos à reputação que o rescaldo da história causou ao grupo, à empresa e aos meus colegas em geral. Estou plenamente ciente de que a história e a resposta geral colocaram todos os meus colegas em uma posição incômoda e sob imensa pressão pública. Eu sinto muito. Foi lamentável. E eu gostaria de pedir desculpas a vocês, meus colegas e ao grupo", acrescentou.
"Eu poderia ter lidado com a história muito melhor? Definitivamente! Principalmente o processo de verificação. Honestamente, nunca tratei a história dos decuplets como uma investigação. Não usei nenhuma ferramenta de investigação ou lista de verificação", finalizou.
Duas semanas atrás, o jornal noticiou que Gosiame Sithole, de 37 anos, tinha se tornado mãe de dez crianças de uma só vez, mesmo sem ter acesso a qualquer prova dos nascimentos. A notícia correu o mundo, sendo publicada em sites de vários países.
O caso, entretanto, levantou dúvidas desde o começo. Os rumores de farsa aumentaram na semana passada, quando o suposto pai das "dez crianças", disse "não acreditar que os dez filhos existam". Tebogo Tsotetsi comentou que duvidava da história porque não tinha acesso aos "dez bebês", após fazer várias tentativa de vê-los.
Segundo o "Sunday Times", o Hospital Mediclinic Medforum, em Pretoria, onde Gosiame disse ter dado à luz, afirmou que não a atendeu. Embora o centro médico afirmasse estar ciente da publicidade em torno do nascimento dos bebês, a porta-voz, Tertia Kruger, afirmou:
"Podemos confirmar que nenhuma de nossas instalações estava envolvida no cuidado obstétrico desta paciente."
O Departamento Nacional de Saúde da África do Sul afirma que sua própria investigação concluiu que não há evidência de que as crianças existam.
Mesmo com esses relatos, o "Pretoria News" vinha mantendo o caso como verídico, afirmando que autoridades estavam tentando encobrir um erro médico no parto.
Na última quinta-feira (17/6), Gosiame foi presa e levada à ala psiquiátrica de um hospital público. Ela admitiu ter "inventado a história". Ela ainda não se manifestou sobre os motivos que a levaram a propagar a farsa.