Cientistas vão à Justiça para lançar vodka feita em Chernobyl

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Atomik é feita com ingredientes cultivados nos arredores de Chernobyl (Foto: Reprodução)
Atomik é feita com ingredientes cultivados nos arredores de Chernobyl (Foto: Reprodução)

Na Ucrânia, cientistas envolveram-se numa batalha judicial contra o governo após terem tido confiscados cerca de 1.500 garrafas de uma bebida alcoólica feita com ingredientes cultivados nos arredores de Chernobyl.

Batizada de Atomik e fabricada por uma equipe de cientistas ucranianos e britânicos, a bebida faz parte de um experimento de quatro anos que tinha o objetivo de investigar se seria possível retomar a agricultura na região com segurança. Contudo, em março, agentes da SBU, agência de segurança ucraniana, confiscaram o primeiro lote de garrafas. A justificativa não foi, como poderia se esperar, medo em relação a possível radioatividade do destilado.

— O motivo que nos deram era de que as garrafas tinham selos falsificados. Mas, claramente, eles tinham os selos do Reino Unido. Estamos torcendo para que tenha sido apenas um engano — disse à emissora ABC News Jim Smith, professor de ciência ambiental da Universidade de Portsmouth e um dos envolvidos na produção da vodka.

A expectativa era que ainda nesse ano o primeiro carregamento de Atomik fosse enviado para o Reino Unido. O dinheiro da venda seria revertido para a população que ainda vive nos arredores do local do desastre nuclear de 1986. Apesar de ser oficialmente proibida, o cultivo de alimentos na chamada Zona de Exclusão é praticado há anos por essa comunidade.

Segundo estudos publicados pelos cientistas, que pesquisam justamente a recuperação ambiental da região, a lei ucraniana já perdeu razão de existir, dado que os níveis de radiação nessa região já teriam caído o suficiente. O pouco de radiação encontrada nas maçãs usadas na produção da vodka teriam sido filtrados na destilação, garante Jim Smith.

— Recebemos emails de pessoas de todos os cantos do mundo perguntando: onde conseguimos comprar uma? — disse.

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