Sons de fogos de artifícios durante comemorações são prejudiciais aos pets
Os barulhos que indicam a alegria dos humanos podem causar paradas cardiorrespiratórias, convulsões e diversas complicações

O momento de festa para uns pode ser de desespero para outros. Nas festividades, como Natal e Ano-Novo, o costume de soltar rojões e fogos de artifício incomodam – e muito – os animais e seus donos. Agora, com a Copa do Mundo, o problema é recorrente, quase diário. E piora nos dias de jogos da seleção brasileira.
Os barulhos que indicam a alegria dos humanos podem causar paradas cardiorrespiratórias, convulsões e diversas complicações (algumas fatais) aos animais domésticos.
“Os animais têm receptores auditivos mais sensíveis que as pessoas”, explica a médica- veterinária Ariadna Almeida, de Campo Grande. “Se, para a gente, já é um barulho alto que pode incomodar, imagina para eles?”, indaga.
Desespero
Na casa da recepcionista Ana Lúcia Monte, todo cuidado é pouco com os cães Dubi, de 9 anos, Dara, 10, e Bolota, 6.
Ana tem onze cachorrões, mas é o trio citado que mais se desespera com os barulhos dos rojões e fogos. “Eu não posso sair de casa nos jogos”, diz Ana. “As festividades também são difíceis, no Natal e Ano-Novo, ficamos preocupados.”
Dara é a que mais tem medo. Chega a vomitar, segundo a dona. Os outros dois tremem o momento todo e não param de latir. “Chegam a ficar roucos”, comenta.
Na casa da advogada Priscila Arraes Reino, a história é parecida. Priscila também não sai de casa em eventos festivos e faz de tudo para acalmar seus seis cachorros. “O maior problema é o Marrom, se não fecharmos o portão, certeza que ele sairia para a rua desesperado e seria atropelado”, avalia.
A advogada relata que, por vezes, os animais escutam rojões que nem ela mesma percebeu. “Eles ouvem mais que a gente”, observa.
Dicas
Para acalmar os bichos, tanto Priscila quanto Ana levam os animais para quartos fechados, sem objetos ou móveis em que eles possam se machucar na hora do desespero. “Eles ficam muito agitados”, justifica Priscila.
De acordo com a veterinária Ariadna, qualquer esforço para diminuir o impacto do barulho é válido. Inclusive, ela mesma fecha as portas e janelas para proteger seus animais em casa.
A recepcionista Ana vai além e, nos últimos tempos, tem dado calmantes para sua cachorra Dara. A medida não é recomendada pelos veterinários, mas Ana diz que faz o possível para acalmar seu pet.
Para a veterinária, os sedativos podem diminuir a agitação do cão, mas a sensibilidade do ouvido será a mesma.
Outras dicas, como colocar o animal perto de alguma televisão com volume alto, também são disseminadas, principalmente pelas redes sociais.
Na contramão das medidas protetivas, a apaixonada por animais Juliana Zubko diz que conseguiu acostumar seus cães e gatos aos rojões e fogos de artifícios. “Eu li um artigo dizendo que depende da reação do dono”, alega. Desde filhotes, ela reage naturalmente aos barulhos e, hoje, tem poucos problemas.
Qualquer dica é válida, mas, para muitos tutores, o ideal era que não houvesse barulhos. “Há tantas outras formas de comemorar. O barulho incomoda não só os animais, mas também crianças e idosos”, opina Priscila.