Senadora quer proibir demarcação de terras invadidas
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, apresenta nesta segunda-feira, no Senado, projeto de lei determinando que áreas invadidas não possam ser demarcadas nos dois anos subsequentes. O anúncio foi feito na abertura da 36ª Expointer em Esteio (RS).
“É a ordem, a segurança jurídica que nós esperamos do nosso governo”, discursou a senadora do palanque da Expointer, denunciando a ação de “entidades e organismos internacionais disfarçados com passaporte brasileiro”, que usam os índios para insuflar uma guerra falsa.
“Brasileiros brancos e brasileiros índios sempre viveram em paz e não vamos aceitar esse artificialismo de interesses internacionais obscuros que agem, especialmente, contra os pequenos produtores do país”, completou.
A presidente da CNA entende que, só com ordem e segurança jurídica os produtores rurais do Brasil poderão, de fato, comemorar o sucesso da atividade e fazer parte do Time Agro Brasil, que é campeão mundial de produção com respeito ambiental. “É hora de festejar o nosso crescimento e nossa safra recorde. Produzimos 188 milhões de toneladas de grãos por ano”, destacou.
Ao citar a Medida Provisória que abriu os portos brasileiros a investimentos privados, algo essencial para melhorar a estrutura de escoamento da produção, Kátia Abreu destacou que, dois meses depois de sua aprovação pelo Congresso, 50 empresários já haviam se apresentado, declarando interesse em investir na logística do país.
A senadora destacou que é preciso continuar investindo em tecnologia. Segundo ela, foi exatamente a tecnologia que fez com que o agronegócio se diferenciasse dos demais setores que hoje não conseguem produzir impacto positivo no crescimento econômico do Brasil. O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária cresceu 14,7% no primeiro semestre do ano. Nos últimos três meses, o PIB nacional teve alta de 1,5%, que representa menos da metade dos 3,9% alcançados pelo setor agropecuário no período.
Para manter esta trajetória ascendente, é preciso romper com as amarras que travam o país na relação com novos mercados, fora do Mercosul. “Não podemos permitir que o Brasil fique amarrado. Precisamos de acordos bilaterais que possam levar o Brasil para o céu, porque o céu para o agronegócio é o infinito”, disse ela, em defesa de acordos bilaterais com União Europeia e China.
Kátia Abreu acredita que, vencido este desafio de abrir novos mercados e seguir investindo em tecnologia, restará ainda um problema que mantém o agronegócio com “os pés fincados na Idade Média”, embora tenha a cabeça no terceiro milênio. “Não podemos ficar discutindo direito de propriedade. Para comemorar e festejar nosso crescimento, precisamos que nossos produtores tenham segurança jurídica e paz para trabalhar”, encerrou a senadora.