Professores decidem por greve e repudiam o adiamento das aulas na rede estadual

  • Simted
Professores decidem por greve e repudiam o adiamento das aulas na rede estadual

Educadores da Rede Estadual de Ensino sinalizaram a possibilidade de greve caso haja descumprimento por parte do governo na questão do piso para 20 horas. A categoria se reuniu na sexta-feira (30), na sede do Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação (SIMTED). A pauta do encontro foi exatamente o descumprimento do piso e adiamento das aulas para o dia 19 de fevereiro.

A categoria, que aguardava ansiosa pelo reajuste salarial este ano, demonstrou muita decepção à política do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que nos primeiros dias de seu mandato, já demonstrou descaso com o trabalhador da educação. A política de piso para 20 horas é resultado de muita luta dos educadores, que ao longo de décadas, pedem pela valorização da educação e dos profissionais.

Para a vice-presidente e presidente eleita para a próxima gestão, professora Gleice Jane Barbosa, a política do piso para 20 horas, além de ser importante para a valorização profissional, também está previsto no Plano Nacional de Educação (PNE). “Então toda a política de valorização dos educadores vai por água abaixo caso o governador resolva não cumprir o que é determinado”.

Por enquanto, Reinaldo apresentou uma proposta de pagar apenas o reajuste do piso nacional e de continuar um diálogo para construir uma nova lei, mas não apontou as reais intenções de garantia do piso para 20 nesta nova lei. Haverá uma nova assembleia no SIMTED no próximo dia 10 de fevereiro, onde será rediscutido o tema. Até lá, a categoria espera que o governador melhore sua proposta para a educação.

ADIAMENTO

O Adiamento do ano letivo também foi outro ponto discutido entre os educadores presentes na assembleia. O governo anunciou na semana passada uma decisão tomada entre o Estado e os prefeitos, no qual ficou determinado que o ano letivo começasse no dia 19 de fevereiro e não mais no dia nove como estava previsto.

A categoria repudia a atitude tomada pelo governador da decisão irresponsável e autoritária, sem consultar os educadores. O Calendário escolar é construído nas escolas pelos profissionais da educação e deveria ser discutido com eles. “Quem entende de educação são os(as) educadores(as) e não os prefeitos. Foi muito desrespeitosa esta atitude que já demonstra que o novo governador tem um perfil explorador.”, expõe Gleice.

A mudança de data para início das aulas provoca muitos prejuízos a todo o calendário escolar: será necessário cumprir os mesmos 200 dias letivos em um tempo menor durante o ano; e consequentemente deverá ter mais aulas aos sábados, entre os feriados e até mesmo o prolongamento do calendário no final do ano. Todos(as) envolvidos(as) no processo educacional serão prejudicados, mas os(as) convocados(as) terão um prejuízo ainda maior: receberão um salário menor pelo mesmo serviço prestado.

O estado precisa do trabalho destes(as) profissionais, uma vez que são fundamentais para a garantia da educação e não podem tratá-los com desprezo. Estas pessoas também têm famílias e precisam deste trabalho para sustentá-las, ao adiar o ano letivo arbitrariamente, com o intuito de economizar dinheiro público à custa da exploração do(a) trabalhador(a), o governador deixa claro suas intenções de explorador e desvalorizador do profissional.

Comentários
Os comentários ofensivos, obscenos, que vão contra a lei ou que não contenha identificação não serão publicados.