Vendavais afetaram 15 mil hectares de milho em Mato Grosso do Sul

Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio cita tombamento de 3.941 hectares no município de Itaporã

  • André Bento
Milho tombado por vendavais representa mais um desafio na colheita em Mato Grosso do Sul (Foto: Divulgação/Aprosoja-MS)
Milho tombado por vendavais representa mais um desafio na colheita em Mato Grosso do Sul (Foto: Divulgação/Aprosoja-MS)

Boletim Casa Rural divulgado nesta terça-feira (29) pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) revela que 15 mil hectares de milho segunda safra 2023 foram comprometidos pelos vendavais registrados neste mês de agosto.

A publicação elaborada pelo Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) a partir de contatos com empresas de assistência técnica, produtores, sindicatos e empresas privadas nos principais municípios que cultivam o cereal cita tombamento de plantas, indicando 3.941 hectares no município de Itaporã e 1.500 hectares em Caarapó, ambos na Grande Dourados, além de 650 hectares em Ponta Porã.

“Curiosamente, em média, 33% da área de cada propriedade resistiu ao impacto, mas a grande maioria apresenta danos em sua totalidade. A extensão do dano pode ser ainda maior do que a inicialmente estimada. Técnicos da Aprosoja/MS estão em campo coletando informações junto aos produtores”, informa.

Quanto aos agricultores prejudicados, o Siga-MS mencina desafios na operação de colheita. “Dependendo da intensidade do vento, o dano pode resultar no tombamento total das plantas. Nesse cenário, a plataforma de colheita do milho não opera de maneira eficiente, o que leva à necessidade de processamento ou até mesmo à colheita manual. Diversos produtores têm escolhido fazer ajustes usando molinetes, com o objetivo de erguer as plantas, ou, em algumas situações, optam por substituir a plataforma de milho pela de soja”, pontua.

Com mais esse desafio, a colheita do cereal segue lenta em território sul-mato-grossense e até 25 de agosto avançou por aproximadamente 1,253 milhão de hectares, 53,94% da área cultivada nesse ciclo, de 2,325 milhões de hectares. A região norte colheu média de 80,8%, enquanto a região centro tem 55,4,0% e a região sul 48,6%.

Com 87,2% das lavouras em boas condições, 10,4% regulares e 2,4% ruins, o Siga-MS estima que a produtividade média seja de 80,33 sacas por hectare, resultando em uma expectativa de produção de 11,206 milhões de toneladas.

Sobre as cotações, o boletim Casa Rural informa que o preço da saca do milho em Mato Grosso do Sul valorizou 1,16% entre os dias 21 e 28 de agosto, negociada a R$ 38,31 no fim dessa janela.

“De acordo com as cotações disponíveis no site da Granos Corretora, as maiores valorizações no período ocorreram nos municípios de São Gabriel do Oeste e Ponta Porã, com valorização na ordem de 5,41% e 5,13%, respectivamente”, detalha, acrescentando que o valor médio para o período, de R$ 38,23/sc, representou queda de 46,39% em relação ao valor médio de R$ 71,30/sc no mesmo período de 2022.

Nesse cenário, o agronegócio sul-mato-grossense já comercializou 37,80% do milho 2º safra 2023, que representa 4,00 pontos percentuais acima do índice apresentado em igual período de 2022, de acordo com levantamento realizado pela Granos Corretora compilando dados até 28 de agosto.


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