"Sobá, Trilhos e Silêncio": filme faz homenagem à imigração japonesa e ferrovia
A ideia nasceu há 20 anos e ficou engavetada. A principio, o desejo do cineasta Miguel Horta era escrever um roteiro sobre a história da ferrovia em Campo Grande. Quando conheceu a atriz e produtora Tatiany Furuse, que se interessava em fazer algo que desse mais espaço aos atores japoneses, o projeto começou a ganhar outra forma.
A comemoração do centenário da imigração japonesa e da criação da ferrovia foi exatamente o apelo que a história do filme precisava e serviu de motivo para conseguir recursos e começar as filmagens do media metragem: “Sobá, trilhos e siléncio””.
Tatiany explica que o nome foi pensado para valorizar os aspectos que únem o passado da imigração em Campo Grande. Por isso, o sobá, que simboliza essa cultura. Os trilhos fazem menção à ferrovia e o silêncio tem muito a ver com a história.
Na trama, que se passa na década de 80, Elisa, vivida por Tatiany, é uma jovem cineasta nipo-brasileira que foi criada em São Paulo. Ela nunca manteve ligação com a família campo-grandense e depois de um recado na secretária eletrônica ela decide voltar para a capital sul-mato-grossense e conhecer suas origens.
Miguel contra que outros dois personagens também se destacam na história. Um deles é Oshiro, interpretado pelo ator Chao Chen, que participou do elenco da novela Em família, da rede Globo. O outro é o personagem Bernardo, cujo o intérprete ainda será escolhido. Segundo o cineasta, será uma homenagem ao poeta Manoel de Barros, que tem o velho amigo Bernardo como inspiração.
As locações para as filmagens se dividem entre Sidrolândia e Campo Grande. No inicio, o projeto resultaria em um curta. “Era muito história, não me contentei”, justifica Miguel. Ele conta que antes de executar o projeto muita pesquisa foi feita. “Essas coisas são gostosas de resgatar no tempo”.
A obra é ficcional, mas conta com aspectos, tanto da história da imigração japonesa em Campo Grande, quanto da chegada da ferrovia. Tatiany, à frente da produção executiva, expõe que apesar dos desafios, comuns em qualquer produção de orçamento reduzido, a satisfação tem sido alta.
“Com as parcerias já conseguimos muita coisa. Todo mundo abraçou o nosso sonho e o reconhecimento de quem acredita no projeto tem sido gratificante”. Entre as coisas que surpreendeu Tatiany, ela destaca o fato de pessoas terem se oferecido voluntariamente para trabalhar. “Eu já produzi muito, mas nunca tinha visto isso antes”.
Ela reforça que um dos principais objetivos do filme e mostrar a qualidade da produção cinematográfica no Estado. “Quero mostrar ao mundo que aqui tem profissionais competentes”.
O filme deve ser finalizado no próximo mês. Para o projeto que fará parte da comemoração dos 100 anos de imigração japonesa em Campo Grande, eles contam com o apoio da Prefeitura, da Associação Okynawa, Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira, Sindicato dos Ferroviários e da Plaenge.
A dupla agradece a todos que já ajudaram, mas reforçam que ainda precisam de apoio até o fim das filmagens. Outras informações sobre a produção estão disponíveis na Fan Page do filme.