Sete testemunhas são ouvidas sobre a morte de policial em Campo Grande

  • TJ/MS

Foi realizada na tarde de quinta-feira (22), na 1ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, a primeira audiência do caso em que A.G.R. e seu irmão G. de O.A. são acusados de assassinar com três tiros o policial civil Dirceu Rodrigues dos Santos. O crime aconteceu no dia 22 de janeiro de 2014, no bairro Campo Nobre, quando ele e seu parceiro O.F. estavam disfarçados em uma investigação para apurar um roubo de uma joia.

Durante a audiência foram ouvidas sete testemunhas, todas de acusação, faltando apenas o depoimento de um adolescente.

A primeira testemunha ouvida foi o delegado de polícia F.P.C.P., chefe da vítima. Segundo ele, os policiais estavam em uma investigação policial e, por volta das 21 horas, recebeu uma ligação do policial O.F. pedindo ajuda, falando muito ofegante pressentindo que seu parceiro já estava morto. O delegado informou ainda que, quando chegou ao local, Dirceu já estava morto.

A segunda testemunha ouvida, o investigador O.F., que também é vítima no processo, deu sua versão dos fatos narrando que, junto com Dirceu, estavam atrás de uma corrente de ouro avaliada em R$ 80 mil. Contou que conseguiu por meio de um informante o contato de um dos réus, na qual conseguiu ir até a casa disfarçado, para tentar recuperar a joia, porém foi desarmado.

Afirma que Dirceu ficou no carro com o informante e, ao entrar na casa dos réus, foi surpreendido por A.G.R. com um golpe no pescoço conhecido como “gravata” e que ficou desacordado por um bom tempo, mas logo depois conseguiu pedir ajuda. Disse ainda que uma das armas já estava em posse dos acusados e que Dirceu foi morto com seu próprio revólver calibre 38, que estava dentro do veículo usado na operação. Narra ainda que, quando conseguiu fugir da casa, viu o carro abandonado perto do local e sua arma estava debaixo do banco do passageiro.

Outra testemunha de defesa ouvida foi o policial J.S. dos S., que afirmou ter sido chamado para dar apoio na ocorrência policial. Ele confirmou todas as afirmações do investigador O.F.

A quarta testemunha ouvida foi o policial N.A.P., afirmando que participou na captura de um dos réus. Informou também que ficou sabendo da ocorrência por meio de uma ligação de seus colegas.

Após o depoimento de N.A.P., foi ouvido o investigador de policia C.R.M., dizendo que participou na prisão de A.G.R. e G. de O.A., os quais resistiram e foi preciso usar a força para contê-los. Ressalta que na busca foram encontradas as duas armas usadas no crime, sendo uma do policial e a outra que os acusados tinham posse. Narra ainda que o acusado A.G.R. confirmou os disparos.

A sexta testemunha, que é menor de idade e primo dos réus, contou que viu a chegada do policial (O.F.) junto com uns dos acusados em sua casa e viu ainda quando A.G.R. agrediu por trás o policial. Narrou que ouviu um disparo e os réus fugiram juntos. Informa ainda o menor que viu a joia, mas ninguém da casa sabia da existência.

A última pessoa a ser interrogada foi a tia dos acusados, contando que A.G.R. confirmou ter matado alguém e que não sabia quem era. No entanto, narra que ficou sabendo pela internet da morte de um policial e percebeu que tinha sido o seu sobrinho. Assim, ao perguntar sobre o assunto com o acusado, acabaram entrando em uma discussão, onde teria dito que não queria que este ficasse em sua casa. Logo em seguida, os policiais chegaram e os levaram para a delegacia, onde ficaram detidos.

A próxima audiência foi marcada para o dia 23 de junho de 2014, às 9 horas. O juiz titular da Vara, Carlos Alberto Garcete, irá ouvir as sete testemunhas de defesa.