Sem receber rescisão há um mês, ex-funcionários da UFN3 fecham BRs em Três Lagoas

Sem receber rescisão de contrato desde novembro, ex-funcionários do Consórcio UFN3, que constrói a Fábrica de Fertilizantes da Petrobras, fecharam duas rodovias em Três Lagoas nesta sexta-feira (5). Um grupo de manifestantes fechou a saída para Brasilândia, na BR-158, perto da fábrica, e outro a saída para São Paulo, na BR-262.
Conforme apurado pelo site local Perfil News, o protesto começou pela manhã na BR-158, onde a fábrica está sendo construída. Cerca de 200 manifestantes bloquearam os dois lados da rodovia. Pela tarde, aproximadamente 50 foram para a BR-262, em frente da entrada da Usina Jupiá, divisa com o Estado de São Paulo.
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) atendeu a ocorrência nos dois locais, onde a manifestação era pacífica. Ambulâncias e veículos em caso de emergência foram liberados pelos manifestantes. O Sintiespav (Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil Pesada) também acompanha a manifestação.
Voltar para casa
A maioria dos trabalhadores não é de Mato Grosso do Sul e reclama do atraso do pagamento da rescisão, pois não têm dinheiro para mandar às famílias e nem para deixar Três Lagoas e voltar para casa.
Segundo os manifestantes, que não quiseram ser identificados por medo de retaliações, a direção da UFN3 havia prometido pagar as rescisões no dia 3 de novembro. “Depois adiaram para o dia 10 e depois para o dia 25. Já estamos em dezembro e nada. Estamos a ver navios e ninguém aparece para dar satisfações”, disse um deles ao Perfil News.
O presidente da Sintiespav, Nivaldo Moreira, declarou que muitos dos demitidos estão sem alimentação e sem condições de pagar o aluguel. “É preciso uma resposta. Eles podem se revoltar e a coisa piorar”, disse.
Os manifestantes relataram que a direção da UFN3 se escondeu do protesto. A equipe de reportagem não conseguiu contatar a empresa.