Primeiro casamento homoafetivo reúne 22 mulheres em Campo Grande
Em Mato Grosso do Sul é possível celebrar o casamento homoafetivo desde o dia 2 de abril
concretização de um sonho, tanto de familiares quanto das próprias noivas, acontece neste domingo (7), na Escola Superior da Defensoria Pública, em Campo Grande. São 11 casais, todos formados por mulheres, que se celebram a 1ª união homoafetiva em grupo no Estado.
Casais como o da noiva Silvana, que é soldado da Polícia Militar e obteve autorização da instituição para casar. De farda, ela se orgulha em poder dividir direitos com Veronice Lopes da Silva, de 35 anos.
A história das duas começa no trabalho, quando se conheceram e tinham outros relacionamentos, há sete anos. Desde então, não se separaram mais. O filho, Jeferson Lopes Moraes, de 19 anos, entrou com a mãe Veronice para oficializar a união.
“Eu aprendi com elas a ter mais paciência com as mulheres. Entendo mais e falo sobre tudo com elas, fui criado por elas e nunca pensei em ser gay por conta disso, como dizem”, relata o rapaz.
Pelo preconceito, ele terminou recentemente um namoro. A menina não aceitava a convivência com a mãe do garoto e a esposa e decidiu se afastar. “Não é a sociedade que está revolucionando, mas sim a minha mãe que está revolucionando a vida dela”, completou o rapaz.
A vontade em fazer da companhia uma pessoa importante na vida delas é o que motiva o casamento. Dividir direitos, um plano de saúde e a possível guarda das crianças torna-se possível com o casamento.
Deise Aparecida e Evellyn Gonçalos Azevedo, além de se casar hoje, têm mais uma conquista. Elas realizaram o sonho de adotar uma criança.
Karla Sâmia Ajala e Leilane Mara da Silva, ambas de 23 anos, estão nervosas como todo mundo ficaria. “É nosso primeiro casamento, estamos muito nervosas, mas também muito felizes”.
A defensora pública e coordenadora do evento, Dra Neyla Ferreira Mendes, explica que em Mato Grosso do Sul é possível celebrar o casamento homoafetivo desde o dia 2 de abril deste ano.
“Já existia uma movimentação social no estado. Agora, o casamento é um direito e os casais podem optar por ele. A mulher gosta de dar satisfação para a família e um evento como este diminui o preconceito”, explica.
Ela diz que a defensoria pensa em unir casais homens também em uma celebração futura, bastando ter candidatos ao casamento.