Preso em Dourados, Serial Killer campo-grandense vai a Júri por videoconferência
Acusado de liderar um grupo que teria cometido ao menos 16 assassinatos em série na capital, Nando foi transferido para a PED em março, porque tem tuberculose
Preso desde novembro de 2016 acusado de liderar um grupo de extermínio responsável por pelo menos 16 assassinatos em Campo Grande, Luiz Alves Martins Filho, conhecido como “Nando”, será julgado pelo Júri Popular nesta sexta-feira (29). Com tuberculose, o suposto Serial Killer participa do julgamento por videoconferência, já que foi transferido para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados) em março deste ano.
Atualmente, o réu cumpre pena de 29 anos, 10 meses e 10 dias de prisão, além de 1 mil dias-multa, por tráfico de drogas e favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente. Nando iniciou a pena no IPCG (Instituto Penal de Campo Grande), onde chegou a ter envolvimento em uma briga corporal com outro preso, Rafael Martinelli de Queiroz, de 29 anos, que cumpre pena de 10 anos de reclusão por espancar até a morte o hóspede de um hotel na capital em abril de 2015.
De acordo com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Nando foi transferido para a Penitenciária Estadual de Dourados no dia 15 de março de 2018. “Conforme a Diretoria de Operações da Agepen, a transferência se deu por necessidades operacionais”, esclareceu. “Na Penitenciária de Dourados, está alojado na área médica, podendo ter melhor atendimento das suas necessidades de saúde e em uma unidade prisional de segurança máxima, que também aloja presos com seu perfil”, detalhou a agência.
Conforme o TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), hoje ele enfrenta o primeiro de treze julgamentos que deverão ser feitos separadamente. “Ele é acusado, junto com outras pessoas, de cometer uma série de assassinatos, decorrentes de ‘julgamentos’, sob o argumento de que as vítimas eram viciadas e praticavam furtos na região do Bairro Danúbio Azul. Os casos serão julgados separadamente em razão do acontecimento de suas investigações”, detalhou a Corte estadual.
O júri popular desta sexta-feira é referente à denúncia oferecida pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual) de que, em abril de 2016, “próximo ao local denominado lixão (aterro), situado na Rua Dos Astronautas, Jardim Veraneio, na Capital, usando corda, chave de fenda e uma faca, mataram a pessoa conhecida pelos apelidos de ‘Café’ ou ‘Neguinho’”. “Pelo fato do acusado ser tuberculoso e ter se negado a realizar tratamento da doença, o juiz da vara decidiu que o julgamento fosse realizado por videoconferência, para que não haja risco de contágio dos envolvidos no júri”, informou o TJ.