Neno Razuk e outros seis eleitos tiveram menos votos do que seus suplentes

Filho da prefeita de Dourados obteve menos da metade de seus votos no município administrado por sua mãe desde 2017

  • André Bento
Metade dos 24 deputados estaduais foram eleitos com menos votos do que suplente (Foto: Divulgação)
Metade dos 24 deputados estaduais foram eleitos com menos votos do que suplente (Foto: Divulgação)

Metade dos 24 deputados estaduais eleitos em Mato Grosso do Sul no dia 7 de outubro tiveram menos votos do que a suplente mais votada nas eleições deste ano para Assembleia Legislativa do Estado, Mara Caseiro (PSDB), opção escolhida por 23.813 eleitores. Um dos casos é de Neno Razuk (PTB), filho da prefeita de Dourados, Délia Razuk (PR), que encerrou esse pleito enfraquecida pelos resultados ruins de seus aliados nas urnas. 

De acordo com os dados consolidados pelo TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral), Neno e outros seis eleitos - Herculano Borges (SD), Gerson Claro (PP), Antonio Vaz (PRB), Evander Vendramini (PP), Lucas de Lima (SD), João Henrique (PR) - não teriam sido vitoriosos caso já vigorassem as mudanças feitas pela Proposta de Emenda à Constituição 33/2017.

Aprovada em 2017 pelo Senado Federal, essa PEC “acaba com as coligações partidárias em eleições proporcionais, a ser aplicada a partir das eleições municipais de 2020, os partidos não poderão mais se coligar na disputa das vagas para deputados (federais, estaduais e distritais) e vereadores”.

Segundo o Senado, “com isso, não haverá mais o chamado ‘efeito Tiririca’, pelo qual a votação expressiva de um candidato ajudar a eleger outros do grupo de partidos que se uniram”. Foi justamente o que aconteceu esse ano, quando puxadores de votos garantiram vagas na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para candidatos com votações inferiores às de seus suplentes.

Eleitos, Neno Razuk teve 19.472 votos, Herculano Borges 17.731, Gerson Claro 16.374, Antonio Vaz 16.224, Evander Vendramini 12.627, Lucas Limas 12.391 e João Henrique 11.010, enquanto ficaram na suplência Mara Caseiro (PSDB), votada por 23.813 eleitores sul-mato-grossenses, Dione Hashioka (PSDB), por 21.754, Enelvo Felini (PSDB), 20.721, e André Salineiro (PSDB), 18.953.

E os resultados dessa eleição estadual demonstram que o desgaste da gestão Délia Razuk à frente da Prefeitura de Dourados prejudicou o rendimento de seus aliados. No caso de Neno Razuk, menos da metade de seus votos (6.846) foram obtidos no município administrado por sua mãe.

Outro aliado da prefeita, o vereador Alcírio Zanata (PPS) perdeu votos no município. Há dois anos, o então candidato novato foi eleito para o Legislativo municipal com 2.904 votos. Nas eleições gerais do dia 7 passado, ao disputar uma das 24 vagas na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, ele conquistou 3.446 votos em todo o Mato Grosso do Sul, mas somente 2.788 foram de Dourados, 118 a menos do que havia conquistado quando foi eleito vereador, em 2016.

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