MS registra aumento de mais de 50% na população indígena desde 2010

A população indígena residente em Mato Grosso do Sul é de 116.346 pessoas, correspondendo a 4,22% da população total do estado levantada pelo Censo Demográfico 2022. A comparabilidade com o dado de população indígena de 2010 precisa de alguns cuidados metodológicos e a variação de população entre os censos não pode ser explicada exclusivamente pelo seu componente demográfico.

Com essas ressalvas, é importante salientar que, em 2010, o IBGE contou 77.025 pessoas indígenas, o que correspondia a 3,14% da população residente no estado, denotando um aumento da população indígena em 12 anos, com variação positiva de 51,04%.

No Brasil, a população indígena residente é de 1.693.535 pessoas. Em 2010, o IBGE contou 896.917 pessoas indígenas, o que correspondia a 0,47% da população residente no País, denotando que a população indígena praticamente dobrou em 12 anos, com variação positiva de 88,82%.

Mato Grosso do Sul tem a 3ª maior população indígena do país, atrás dos estados do Amazonas (490.854) e Bahia (229.103). Essas três Unidades da Federação concentram quase metade da população indígena residente no País, com 49,38%. Em seguida aparece Pernambuco, com 106.634, e Roraima, com 97.320 pessoas indígenas. Estas cinco Unidades da Federação concentram 61,43% da população indígena. Com esse resultado, MS cai uma posição no ranking estabelecido em 2010, no qual Mato Grosso do Sul ocupava a segunda posição, com 77.025 indígenas, atrás apenas do Amazonas, com 183.514 pessoas indígenas.

Em termos proporcionais, Mato Grosso do Sul também se destaca, ocupando a terceira posição com um percentual de 4,22% de indígenas em relação à população total do estado. Roraima lidera nesse aspecto, com 15,29%, seguido pelo Amazonas, com 12,45%. O Acre aparece na quarta colocação, com 3,82%, enquanto a Bahia fecha o top cinco, com 1,62%.

Esse ranking se mantém em relação àquele apresentado pelo Censo Demográfico 2010, com exceção da quinta posição, que era ocupada pelo Mato Grosso, com 1,70% de sua população indígena, e em 2022, passou a ser ocupado pela Bahia.

Japorã, Paranhos e Tacuru são os municípios de MS com os maiores percentuais de população indígena

A análise da presença de população indígena pelo recorte de Município mostra que todos os 79 municípios sul-mato-grossenses têm presença indígena, sendo que 62 deles apresentaram aumento da população indígena entre 2010 e 2022.

Analisando os municípios de MS com maior proporção de pessoas indígenas na proporção residente no município, o destaque vai para Japorã, com 57,81% da sua população declarada indígena, seguido de Paranhos, com 43,38% e de Tacuru, com 39,38%.

MS tem a terceira maior população indígena residente em Terras Indígenas no país

Os primeiros resultados do Censo 2022 permitem conhecer o quantitativo de população residente nas Terras Indígenas (TIs), como também a distribuição da população indígena dentro ou fora das terras.

No Brasil, verificou-se que a população residente nas Terras Indígenas é de 689.202, sendo 622.066 (90,26%) indígenas e 67.136 (9,74%) não indígenas. Em Mato Grosso do Sul, o número da população residente em Terras Indígenas é de 69.886, e destes 68.534 (98,06%) indígenas e 1.352 (1,94%) não indígenas.

Destaca-se que a população residente em TIs apresenta concentração em três estados que, juntos, respondem por 46,46% (289.020) das pessoas indígenas em Terras Indígenas no país. Entre eles, em terceiro lugar, está o Mato Grosso do Sul (68.534), sendo superado somente pelo Amazonas, com 149.047, e Roraima, com 71 412. Por outro lado, os três estados com menor população de indígenas nas Terras Indígenas são Pernambuco, com 34.314, o Ceará, com 10.524 e o Piauí, com 114.

Se for considerado somente o total de pessoas residentes em Terras Indígenas, o estado do Amazonas (153.704) fica na primeira colocação, seguido por Roraima, com 80.002 pessoas, e Mato Grosso do Sul, com 69.886. No lado oposto, estão os estados de Goiás (399), Sergipe (331) e o Piauí (164).

A terra indígena com maior quantitativo de pessoas indígenas é a Yanomami (AM/RR) com 27.152 indígenas, o que corresponde a 4,36% do total de indígenas em Terras Indígenas do País. Em seguida, está a Terra Indígena Raposa Serra do Sol (RR) com 26.176 indígenas e a Terra Indígena Évare I (AM) com 20.177. No sexto lugar, vale o destaque para a Terra Indígena de Dourados (MS) com 13.473, e no décimo oitavo lugar a Terra Indígena Amambai, com 6.861 pessoas. Ressalta-se que não foram contabilizadas pessoas residentes em Terras Indígenas, tanto indígenas como não indígenas, no Distrito Federal e no estado do Rio Grande do Norte.

No que se refere ao nível territorial de Terra Indígena, foram adicionadas 06 novas unidades territoriais às 37 unidades de MS do Censo Demográfico 2010, sendo 02 delas provenientes de segmentações das novas Terras Indígenas consideradas e 4 novas porções de Terras Indígenas já existentes no Censo 2010, mas cujos limites foram aperfeiçoados no Censo 2022. As Terras Indígenas de MS incluídas entre o Censo 2010 e o Censo 2022 foram: Jatayvari, Cachoeirinha, Ofayé-Xavante, Yvy-Katu, Taunay/Ipegue e Buriti.

MS ocupa a 2ª posição no ranking de Domicílios particulares com indígenas em Terras indígenas

No que tange aos dados sobre domicílios particulares permanentes ocupados localizados em terras indígenas no Brasil, são 155.422 domicílios dentro dessa variável. Em Mato Grosso do Sul, foram registrados 18.221 domicílios.

Nessa variável, o estado ocupa a segunda posição no ranking entres as Unidades da Federação, superado apenas pelo Amazonas (27.083) e ficando acima de Pernambuco (17.179). As UFs com menor número de domicílios particulares permanentes ocupados localizados em terras indígenas são: Rio de Janeiro (106), Sergipe (106) e o Piauí (48).

Média de moradores em domicílios ocupados de MS com pelo menos um morador indígena é de 3,51

Em Mato Grosso do Sul, dos 979.540 domicílios particulares permanentes ocupados recenseados, 41.247 têm pelo menos um morador indígena, correspondendo a 4,21% desse universo total.

A média de moradores em domicílios particulares ocupados em MS onde reside pelo menos uma pessoa indígena é de 3,51 pessoas, superior à média de moradores de todos os domicílios particulares permanentes ocupados no estado, que é de 2,79 pessoas. Ao mesmo tempo, são indígenas 79,77% dos moradores desses domicílios, denotando que a maioria dos moradores que neles residem são indígenas. No ranking estadual, Campo Grande ocupa a primeira posição entre os municípios de MS que possuem domicílios particulares permanentes ocupados com pelo menos um morador indígena.

Analisando esse dado por Unidades da Federação (UFs), é possível destacar que a média de moradores em domicílios particulares permanentes ocupados com pelo menos um morador indígena é superior à média de moradores de todos os domicílios particulares permanentes ocupados da Unidade da Federação. Na comparação, destaca-se Roraima com a maior média de moradores em domicílios particulares permanentes ocupados com pelo menos um morador indígena, que é de 4,83; seguido do Amapá, com 4,81; o Acre, com 4,76 e o Mato Grosso, com 4,74. Na contramão, Goiás (2,96), Rio de Janeiro (2,89) e Bahia (2,85) ocupam as três últimas posições. Mato Grosso do Sul ocupa a 10ª posição no ranking.

No Brasil, 630.041 domicílios têm pelo menos um morador indígena, correspondendo a 0,87% desse universo total.

A média de moradores em domicílios particulares permanentes ocupados onde reside pelo menos uma pessoa indígena é de 3,64 pessoas, superior à média de moradores de todos os domicílios particulares permanentes ocupados no país, que é de 2,79 pessoas.