MPF diz que não há “indícios mínimos” de crime e pede arquivamento de inquérito contra Reinaldo Azambuja
Sem provas ou indícios de que o governador Reinaldo Azambuja teria participado de qualquer crime, o Ministério Público Federal (MPF) pediu à ministra Maria Thereza de Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o arquivamento do inquérito contra o chefe do Executivo. O pedido foi feito no dia 4 de setembro, mas só veio à tona agora, porque o caso corre em segredo de Justiça.
O próprio acusador, José Alberto Miri Berger, aquele que fez a aparição com uma denúncia espetaculosa no programa Fantástico, da Rede Globo, desconstruiu a história em seu depoimento. Sócio-proprietário do curtume Braz Peli Comércio de Couros Ltda, Berger havia acusado o Governo de extorquir e cobrar propina. Mas depois, em depoimento, reconheceu que Reinaldo Azambuja não estava envolvido em qualquer esquema.
“Ocorre que o cenário apresentado por José Alberto Miri Berger acabou sendo por ele próprio desconstruído, tornando sem justificativa a existência deste inquérito”, explicou, em sua manifestação, o vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia.
O representante do MPF destacou que Berger reconheceu não ter provas contra Reinaldo e que pode ter sido enganado por José Ricardo Guitti, o Polaco. Ele ponderou que se Polaco realmente tivesse levado dinheiro de propina à cúpula do governo, a empresa dele “não teria sofrido as consequências que sofreu, eu imagino, então, não justifica eu dar propina pro governo e mesmo assim a empresa ser multada, ser autuada, ter o incentivo cortado”.
Berger justificou a alteração na declaração. “Eu tô aqui não mudando minha opinião, nem acusando ninguém, eu estou simplesmente imaginando, suponhando [sic], que esse dinheiro não chegou lá aonde tinha que chegar, porque se tivesse chego [sic], o meu problema teria sido resolvido”, afirmou.
“Diante desse contexto, não sendo possível aferir minimamente as alegações contraditórias de José Alberto Miri Berger, constata-se a inexistência de indícios mínimos de crime a justificar a continuidade da persecução penal”, declarou o vice-procurador-geral da República. “Assim, o Ministério Público Federal requer o arquivamento deste inquérito”, concluiu.