Milho tombado por ventania é novo desafio na colheita em Mato Grosso do Sul
Siga-MS indica que ventos intensos registrados entre os dias 12 e 13 de agosto resultaram no tombamento do milho, sobretudo na região sul
Boletim Casa Rural divulgado pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) indica que quase metade da área cultivada com milho segunda safra foi colhida no Estado, mas a ocorrência de ventania em alguns municípios produtores provocou o tombamento de plantas e isso gera mais desafios nos trabalhados de campo.
Elaborado pelo Siga-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) a partir de contatos com empresas de assistência técnica, produtores, sindicatos e empresas privadas nos principais municípios que cultivam o cereal, a publicação detalha a colheita de aproximadamente 976.965 hectares até sexta-feira (18), o que representa 42,0% dos 2,325 milhões de hectares cultivados nesse ciclo.
A região norte está com os trabalhos mais avançados, média de 61,3%, enquanto a região centro tem 43,0% e a região sul 38,2%. Com 87,0% das lavouras em boas condições, 11,0% regulares e 1,9% ruins, a produtividade média está estimada em de 80,33 sacas por hectare, resultando em uma expectativa de produção de 11,206 milhões de toneladas.
É mencionado ainda que os ventos intensos registrados entre os dias 12 e 13 de agosto resultaram no tombamento do milho, sobretudo na região sul de Mato Grosso do Sul. “Acredita-se que cerca de 15 mil hectares já foram comprometidos. Até o dia 17/08, verificamos que aproximadamente 2.703 hectares no município de Itaporã sofreram danos. Curiosamente, em média, 33% da área de cada propriedade resistiu ao impacto, mas a grande maioria apresenta danos em sua totalidade”, detalha.
No entanto, o Siga-MS pondera que “a extensão do dano pode ser ainda maior do que a inicialmente estimada, levando em consideração outra forte ventania que ocorreu” entre 19 e 20 de agosto.
“Técnicos da Aprosoja/MS estão em campo coletando informações junto aos produtores. Os agricultores prejudicados enfrentarão desafios na operação de colheita. Dependendo da intensidade do vento, o dano pode resultar no tombamento total das plantas. Nesse cenário, a plataforma de colheita do milho não opera de maneira eficiente, o que leva à necessidade de processamento ou até mesmo à colheita manual. Diversos produtores têm escolhido fazer ajustes usando molinetes, com o objetivo de erguer as plantas, ou, em algumas situações, optam por substituir a plataforma de milho pela de soja”, informa a publicação.
Em relação às cotações, o boletim Casa Rural aponta que o preço da saca do milho em Mato Grosso do Sul desvalorizou 1,94% entre 14 e 21 de agosto, negociada ao valor médio de R$ 37,88 no fim desse período.
“De acordo com as cotações disponíveis no site da Granos Corretora, as maiores desvalorizações no período ocorreram nos municípios de Chapadão do Sul, Sonora e Sidrolândia, com desvalorização na ordem de 6,58%, 5,26% e 5,13%, respectivamente”, menciona.
Já o valor médio para o período, de R$ 38,51, representa queda de 44,19% em relação aos R$ 69,01 do mesmo período de 2022.
Segundo à comercialização do cereal, é citado levantamento realizado pela Granos Corretora segundo o qual, até 21 de agosto, o agronegócio sul-mato-grossense já havia comercializado 36,70% do milho 2º safra 2023 volume 2,90 pontos percentuais acima do índice apresentado em igual período de 2022.